Mudança da previdência para capitalização custaria 1 PIB

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Novo sistema só seria viável se transição se der a longo prazo

"De maneira efetiva e também sob o ponto de vista teórico, o regime de capitalização é de longe indiscutivelmente melhor”, assinala Campani.

A transição do atual regime de previdência no Brasil para um sistema de capitalização geraria um custo da ordem de grandeza de um PIB brasileiro. “Você precisaria financiar um país com um outro país do mesmo tamanho. Esta é uma conta importante de ser feita e principalmente como será feita”, destaca o professor de Finanças do Coppead/UFRJ Carlos Heitor Campani.

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O professor ressalva, porém, que, se fazer uma transição completa agora geraria um custo impagável, um modelo bem pensado, por etapas, de longo prazo, pode se tornar possível e eficaz, ou seja, resolvendo o problema previdenciário no Brasil. Uma proposta neste sentido foi feita pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

Campani afirma que o Brasil deve aprender com o caso chileno para não cometer os mesmos erros. “Mas é inegável o avanço que o Chile deu. O sistema de repartição só será sustentável se, através dele, houver transferência de renda das classes altas para as classes mais baixas. Sem isso, a pirâmide não sustenta mais o sistema. Por isso, uma alternativa mista com regime de capitalização mais regime de repartição para as classes mais baixas, sustentado pelas classes mais altas, é possível”, analisa.

O Chile conseguiu fazer a mudança drástica na ditadura do general Pinochet. No Brasil, o regime democrático criaria barreiras. O professor do Coppead lembra ainda que os vizinhos pagam hoje uma conta e também têm características diferentes: é um país muito menor, ainda mais se considerarmos que a transição se deu há anos.

Sou totalmente favorável ao regime de capitalização para previdência porque ele é absolutamente meritocrático no seguinte ponto: se eu quiser economizar mais, eu economizo mais e no final da vida eu tenho mais. Isso cria um mecanismo de estímulo para uma maior economia ao longo da vida laboral, o que é muito bom. Temos uma população que não tem o hábito de poupar para a aposentadoria. De maneira efetiva e também sob o ponto de vista teórico, o regime de capitalização é de longe indiscutivelmente melhor”, assinala Campani.

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