Mudança de monocultura para silvicultura mista

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A greentech Radix Investimentos Florestais recebeu apoio filantrópico de R$ 1,3 milhão do Fundo Vale. O aporte, divulgado nesta segunda-feira (24), permitirá a evolução do sistema de monocultura para a silvicultura mista, com ganhos financeiros e ambientais por meio da preservação e recuperação de regiões amazônicas e estímulo da biodiversidade.

“O objetivo é testar um novo modelo de investimento com maior impacto ambiental através de oferta pública de cotas com opção para pessoas físicas interessadas também investirem”, informoua empresa, especializada no plantio de florestas comerciais de madeira tropical.

A Radix recupera áreas degradadas com o plantio e manejo sustentável das florestas. Desde 2015 ela trabalha com monocultura de mogno africano (conhecido como “ouro verde”), divide o cultivo em módulos e oferece em crowdfunding em cotas acessíveis – para permitir que mais pessoas possam investir na preservação da natureza e ainda ganhar dinheiro com isso.

A startup possui 200 hectares cultivados em Roraima e Minas Gerais, que são cuidados e manejados para a plantação de Mogno Africano, divididos em módulos e ofertadas em cotas acessíveis por meio de crowdfunding. Até hoje 950 cotistas investem em ativos florestais com a startup.

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“Cada espécie tem um papel distinto no processo de recuperação, em termos de serviços ecossistêmicos – como melhor adubação, descompactação ou maior deposição de carbono no solo – e se adequa melhor a áreas com características diferentes – como regiões alagadas ou muito compactadas”, aponta Gilberto Derze, sócio-fundador da Radix. A implementação será iniciada com a plantação de Mogno Africano, Teca, Castanha do Brasil, Paricá, Andiroba, Pau-rainha, Guanandi, Roxinho e Pau-de-balsa, seguida de Ipê, Maçaranduba, Cumarú, Angelim, Freijó, Cedro, dentre outros. A biodiversidade propicia a preservação e manutenção de árvores ameaçadas pela exploração, além de proporcionar uma exploração inequiânea, de forma que a floresta permanece sempre de pé.

” Mesmo com a finalidade de exploração econômica, esse tipo de silvicultura gera impactos ecológicos positivos durante seu ciclo, atingindo um processo de renovação perene no longo prazo, com pontos de corte e replantio distintos e constantes”, destaca Maria Otávia Crepaldi, gerente de projetos de florestas e uso da terra da Palladium, parceira do Fundo Vale na implementação da Meta Florestal 2030.

“O apoio filantrópico do Fundo Vale nos dá condições para implantar o sistema com segurança, com suporte técnico e financeiro para aumentarmos o time e investirmos em mudas e adubos e assim atingirmos nosso objetivo de um milhão de árvores até 2030”, diz Derze.

Com a diversidade de plantio da silvicultura mista, os investidores da Radix também são beneficiados com uma expectativa de rentabilidade mais alta do que a do modelo anterior da empresa, além de receitas mais precoces e frequentes. “O mogno africano atinge o ponto de comercialização da madeira entre 18 e 20 anos, sendo que outras árvores têm momentos de corte distintos. Com a inserção de espécies de ciclo mais curto – como o Pau-de-balsa e o Paricá, que ficam cinco e dez anos no sistema, respectivamente –, fazemos um manejo florestal que permite cortes antecipados e sem prejudicar o sistema florestal estabelecido”, diz Derze.

Sobre a Radix

Empresa especializada no plantio de florestas comerciais de madeira tropical, com captação de recursos via equity crowdfunding. Criada em 2015 pelos empresários Gilberto Derze e Thiago Campos, a Radix democratiza investimentos verdes que permitem a recuperação de áreas degradadas através do plantio e manejo sustentável das florestas. Possui 200 hectares de área plantada e tem 600 hectares de área protegida sob administração em Roraima e Minas Gerais

Fundo Vale

O Fundo Vale foi criado pela Vale em 2009 para catalisar uma economia mais sustentável, justa e inclusiva, que valorize os biomas e as pessoas. Realiza sua missão por meio do aporte de recursos de forma estratégica, apoio e fortalecimento de negócios de impacto socioambiental positivo e de iniciativas para fortalecimento do ecossistema de impacto. Inicialmente dedicado a investir na região amazônica, onde se concentram a principal operação da Vale, o Fundo expandiu a atuação para os outros biomas do país, mas mantém a Amazônia como território prioritário de atuação.

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