Muito rápido

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O diretor-geral do FMI, Rodrigo Rato, não poderia ter escolhido momento mais emblemático para, ao elogiar a política econômica do governo Lula, quinta-feira passada, assegurar que “políticas ortodoxas produzem resultados muito rápidos”. De fato, no dia seguinte, a Cepal aduziu que a festejada – externamente – política ortodoxa de Lula garantirá ao Brasil o quarto pior crescimento este ano na América Latina e no Caribe. Atrás do Brasil, apenas três países nos quais os efeitos da ortodoxia foi ainda mais rápido: Haiti, Jamaica e Guiana.

Impasse anunciado
Alguém acreditou mesmo que a reunião da Organização Mundial de Comércio (OMC) fosse ter um final diferente? Qualquer acordo implicaria mudança radical de paradigmas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Aos primeiros convém arrancar ainda maiores concessões dos mercados industriais e de serviços das nações de Terceiro Mundo, o que acarretaria a desindustrialização daquelas cuja resistência à aplicação das política liberalizantes impediu que indústria nacional fosse um conceito perdido na história.
Já os países em desenvolvimento cujos governos se conformam em pleitear maiores espaços no mercado agrícola – que concentra apenas 6% do comércio mundial – topam escancarar ainda mais os mercados de seus setores mais dinâmicos. Em troca, pedem apenas a redução de subsídios agrícolas. Como, no entanto, nem essas migalhas os ricos concedem, o impasse era previsível.

Alô registrado
As concessionárias de telefonia fixa em operação no Estado do Rio de Janeiro poderão ser obrigadas a instalar contadores de pulsos – e, a partir da mudança sorrateiramente introduzida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), minutos – em cada ponto de consumo. Projeto nesse sentido foi aprovado pela Assembléia Legislativa do Rio em primeira instância. Caso o projeto 855/03, de autoria do deputado Domingos Brazão (PMDB), seja transformado em lei, o consumidor pagará apenas o valor da assinatura mensal, se o medidor não for instalado.

Mau negócio
Defensora da auditoria da dívida externa, a Campanha Jubileu Sul classifica a antecipação do pagamento de US$ 15 bilhões ao FMI como um “desrespeito à inteligência” dos brasileiros: “Caso estes US$ 15,5 bilhões fossem destinados à recompra de títulos da dívida externa ou interna, a economia de juros seria muito maior que os US$ 900 milhões anunciados pelo governo. O governo pratica a maior taxa de juros reais do mundo para atrair os investidores internacionais, pagando a eles cerca de 14% ao ano. Nos títulos da dívida externa, chega a pagar juros de cerca de 10% ao ano em dólares – comprometendo-se inclusive com taxas flutuantes! – juros estes muito superiores aos cobrados pelo FMI, de cerca de 4% ao ano”, critica em documento.

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Binária
O engenheiro Amílcar Brunazo Filho, especialista em urnas eletrônicas, alerta sobre importante limitação das unidades brasileiras. “A urna eletrônica brasileira é projetada somente para números e o eleitor se atrapalha se tiver de votar sim ou não em um plebiscito, por exemplo. Na época do plebiscito sobre o desarmamento, convidei representantes das duas frentes ao TSE e chamei, sem sucesso, a atenção para o fato.”


Esta coluna apóia o aumento das vendas do comércio e a alegria das pessoas em dar e receber presentes, mas crê que o nó criado na Avenida Presidente Vargas, no Rio, nos últimos dias, reclama solução urgente. A ausência do poder público faz com que bandalhas e desrespeito generalizado às leis de trânsito sejam a regra na curta distância entre o Sambódromo e a Praça da República, que, em tempos natalinos, leva de 20 minutos a 25 minutos para ser percorrida.

Deputado Noel
Um surto que mistura labuta e criatividade parece ter baixado sobre a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro neste fim de ano. A julgar pela quantidade de projetos de lei e outras iniciativas de Suas Excelências divulgadas pela assessoria da Casa, os parlamentares fluminenses armazenaram energia no resto do ano para garantir a supersafra legislativa de Natal.

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