Mulheres são só 16% dos cargos em Conselhos de empresas listadas na B3

Bolsa estabeleceu que até 2026, empresas listadas no índice precisam incluir pelo menos uma mulher e uma minoria sub-representada em seus CAs

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pessoas com mais de 35 anos são as maiores responsáveis por negócios digitais.
Mulher de negócio. Imagem: divulgação

Estudo elaborado pela consultoria corporativa e de liderança Heidrick & Struggles, especializada na busca de candidatos para vagas C-level, traz novas percepções para o debate sobre diversidade de gênero no setor empresarial brasileiro. O relatório, que faz parte de um estudo de longa data da empresa sobre tendências na composição de Conselhos Administrativos em países ao redor do mundo, é produzido pela área de Prática Global de CEO & Board da empresa, e acompanha e analisa as tendências nas nomeações de diretores não executivos para os conselhos das maiores empresas de capital aberto.

De acordo com o levantamento, as mulheres representam apenas 31% dos assentos ocupados ao longo de 2022 nas empresas listadas na B3. Embora a cifra seja a mesma registrada no ano anterior, ela representa uma estagnação em relação a 2019 e 2020, quando os índices foram de 20% e 22%, respectivamente. Essa menor diversidade no quadro geral de colaboradores se reflete diretamente nos grupos de tomada de decisão das empresas. Segundo o relatório, as mulheres ocupam apenas 16% dos cargos nos Conselhos de Administração das empresas B3.

Além disso, de um total de 169 empresas com ações na B3, apenas 44% delas têm duas ou mais mulheres atuando em cargos de alta gerência. Isso sugere que pode haver barreiras ou percepções que impedem o crescimento das mulheres a cargos de alta responsabilidade.

Mulheres (foto domínio público, Pxhere)
Mulheres (foto domínio público, Pxhere)

A diversidade nas empresas é uma exigência tanto do mercado como da sociedade como um todo. Cada organização deve olhar para si, rever suas estruturas, seus processos e estabelecer uma cultura plural em seu cotidiano e suas equipes. Do contrário, seus negócios e sua reputação podem ficar estagnados ou ser prejudicados”, ressalta Ana Paula Chagas, parceira no escritório da Heidrick & Struggles’ em São Paulo.

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No ano de 2022, quando se observa os diferentes nichos de mercado, as empresas de tecnologia e serviços se destacaram ao apresentar uma proporção de nomeações femininas significativamente maior, alcançando 56%. Em contrapartida, os setores de empresas voltadas para o consumo em geral (37%), serviços financeiros (33%), saúde (25%) e indústria (23%) refletiram as tendências gerais identificadas na pesquisa.

A B3 estabeleceu que até 2026 as empresas listadas no índice precisam incluir pelo menos uma mulher e uma minoria sub-representada em seus Conselhos de Administração ou equipes executivas. Do contrário, terão de se explicar publicamente sobre o porquê do não cumprimento da norma.

Para Ana Paula, a exigência serve como um indicativo de que o panorama ilustrado pela pesquisa pode se transformar nos próximos anos, à medida que as empresas precisarão cumprir o novo requisito regulatório de divulgar a representação de gênero, etnia e raça em seus órgãos de decisão.

“É importante que outros órgãos fiscalizadores, federações e associações de trabalhadores também exijam das companhias um compromisso integral com maior diversidade na sua força de trabalho. O mercado precisa assimilar constantemente as demandas que já se fazem presentes na sociedade”, completa.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) lançou o Observatório de Pessoal, um portal de pesquisa de acesso público sobre os dados de pessoal do Governo Federal. Entre os dados, estão as comparações sobre as presenças masculina e feminina em cargos de alta e média lideranças. Na primeira versão do relatório, foi constatada uma redução do número de mulheres em cargos efetivos do governo, que passou de 46% em fevereiro de 2019, para 45% em fevereiro de 2023.

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