‘Mundo financeiro encontrará seu rumo, como no confisco de Collor’

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Para Daniel Alberini, economista-chefe da CTM Investimentos, o momento atual equivale a 1990, quando o governo Collor confiscou a poupança e derrubou o PIB em 5%. Ele também faz menção aos efeitos da greve dos caminhoneiros de 2018, quando o país faturou apenas 11 dos 12 meses do ano, e à crise de 2008. Mas a visão não é catastrofista:

"Na pior crise do capitalismo, as coisas encontraram seu rumo depois. Tudo vai passar", diz.

O economista afirma que para os investidores mais jovens, na faixa dos 30 a 40 anos, a pandemia mundial provavelmente será a grande pancada da década.

"Isso está sendo construído agora. Mas não adianta esperar que o mercado melhore em 60 dias. O mercado vai passar por más notícias por um bom tempo. É preciso cuidado com as notícias. O mercado sobe com notícia ruim. Quando as pessoas comuns se ligarem para as notícias boas, de que é hora de investir, o mercado na verdade já estará recuperado".

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Em sua visão, agora é um excelente momento para ampliar a renda variável. Mas para aquele investidor que não tem disponibilidade para aumentar, a recomendação é aguardar.

"Com o patamar de juros de 3,75%, imaginando que daqui a 10 anos vamos ter juros de no máximo 6 a 7%, faria sentido para esse investidor ter no mínimo de 30 a 40% do seu portfolio em renda variável. Se ele ainda não tem isso, a oportunidade agora é fantástica. E para quem já tem isso, é hora de fazer um balanço da carteira, para recompor as perdas. Gradualmente por semana, de 1 a 2% por semana, a partir do portfólio de cada um."

Os Bancos Centrais pelo mundo estão agindo de forma forte e coordenada para evitar o colapso, deixar o sistema financeiro mais líquido e evitar os equívocos de 2008.

"Há 12 anos, BCs deixaram bancos quebrarem para se autorregularem. Acabou sendo um aprendizado. Hoje, eles estão mais agressivos e proativos. Também vale mencionar os pacotes econômicos anunciados pelos governos. O Brasil foi inteligente em esperar os anúncios dos pacotes da Europa e dos EUA, para seguir a mesma linha", avalia.

Ainda relembrando o panorama de 2008, Alberini destaca que a tendência das pessoas é perder o horizonte, desanimar e liquidar os ativos, mas que é preciso calma.

"Nós assistimos a esse movimento quando houve uma queda de 50% na Bolsa. Quando isso acontece, a tendência é que haja uma perpetuação do status quo. Nós ainda não estamos nessa fase, acredito que é um processo gradual para os próximos 30 dias. Fizeram muitas previsões catastróficas na crise de 2008, mas 12 meses depois tivemos alta de 100% na Bolsa. Então é preciso aguardar. Não se deixe levar pelas notícias dos próximos 30, 60 ou 90 dias. O cenário ainda é muito variável."

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