Mundo unipolar chega ao fim, mostra expansão do Brics

Mundo unipolar não atende ao interesses dos países, explicam analistas

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lula e seyyed ebrahim raisi
Lula e Seyyed Ebrahim Raisi (foto de Ricardo Stuckert, PR)

A expansão do Brics melhora a diplomacia econômica global e a reconciliação política em um cenário global em rápida mudança, disse o veterano analista político Nickolay Mladenov, em artigo publicado na quinta-feira no The National, de Abu Dhabi.

Diretor-geral da Academia Diplomática Anwar Gargash, o analista argumentou que a adição de seis membros ao Brics sublinha a importância crescente das “potências médias” na ordem global.

“A transição de um mundo unipolar ou bipolar para um mundo multipolar colocou as potências médias num papel fundamental”, disse Mladenov, que serviu como alto funcionário da ONU e também nos cargos de ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Defesa da Bulgária.

foto oficial dos amigos do brics ao final da 15ª cúpula do bloco retrata expansão do brics
Foto oficial dos amigos do Brics, ao final da 15ª Cúpula do bloco (foto de Ricardo Stuckert, pr)

Antigo rivais e concorrentes no Brics: fim do mundo unipolar

O Brics reúne cinco economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A 15ª Cúpula do Brics convidou na quinta-feira seis países: Irã, Argentina, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos a se juntarem ao grupo, a partir de 1º de janeiro de 2024.

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“A inclusão simultânea de seis novos membros, incluindo antigos rivais e concorrentes” nos Brics traz um valor substancial aos “esforços contínuos de avanço da diplomacia econômica e da reconciliação política num cenário global em rápida mudança”, disse o especialista búlgaro.

“A expansão – e a ainda longa lista de espera de cerca de 20 estados – é um sinal de procura de estruturas alternativas para resolver desafios comuns e promover os interesses dos estados do Sul Global, que não estão sendo satisfeitos na atual ordem global”, observou artigo de Sarang Shidore, diretor de Estudos e pesquisador sênior do Quincy Institute for Responsible Statecraft.

“Quase todos os Estados do Sul Global nos Brics – antigos e novos – certamente não são antiamericanos, sendo muitos deles parceiros próximos dos EUA, tendo dois deles tropas norte-americanas estacionadas no seu solo, mas querem desenvolver estruturas geoeconômicas alternativas que possam preencher as profundas lacunas e deficiências na atual ordem liderada pelos EUA”, afirmou.

“O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, ao apontar para a diversidade de interesses dos seus membros, numa recente conferência de imprensa, pareceu rejeitar a importância do Brics. Se assim for, isso é um erro”, acrescentou Shidore. “A era do mundo unipolar está chegando, ou já chegou, ao fim”, concluiu o especialista.

Com Agência Xinhua

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