Muro

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FH está numa situação que os malandros chamariam de “sinuca de bico”. Depois de tomar estranhos atalhos para ajudar ACM a levar a montadora norte-americana Ford a se instalar na Bahia, FH foi colocado contra a parede pelos vizinhos argentinos, que não engoliram tantos benefícios para atrair a fábrica. FH tem que optar por atender ACM e comprar uma briga no Mercosul ou o contrário, quando viriam contra si as costumeiras ameaças do senador baiano. Não é à toa que ontem, durante entrevista coletiva, o porta-voz Presidência da República, Georges  Lamazière, afirmou que o presidente tem até o dia 21 para decidir a questão sobre a MP  1740/32, que trata do regime automotivo para o Norte e Nordeste e foi alterada exclusivamente para beneficiar a Ford. E o Planalto ainda comemora que FH tem 15 dias úteis, e não corridos, para estudar o assunto, o que lhe dá  mais um tempinho para contornar a questão sem desagradar a ninguém, como é de seu feitio.
Ri por último
Quem está faturando com tanta confusão é o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra. Ironizado por governistas após a Ford ter abandonado o projeto de se instalar em terras gaúchas e se bandeado para a Bahia, Dutra agora recolhe os dividendos políticos de ter denunciado as manobras do Governo Federal para beneficiar os pefelistas baianos.
Tempo
Ninguém se surpreenda se FH for acometido por uma súbita indisposição. É que pimenta baiana tem esses efeitos.

Bola fora
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) enviou correspondência ao governador do Rio, Anthony Garotinho, em que manifesta “estranheza diante da atitude do secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, coronel Josias Quintal, conforme matéria publicada hoje (ontem)” em um jornal do estado, na qual proibiria entrevistas de policiais aos veículos de comunicação. “Certos de que tal procedimento decorreu de uma orientação equivocada da autoridade responsável pelo setor de Segurança Pública desse estado, solicitamos a V. Exa. que examine o assunto e adote providências para que tal medida não seja efetivada, uma vez que caracterizaria afronta à Liberdade de Imprensa no país, garantida constitucionalmente”, afirmam Paulo Cabral, presidente, e Renato Simões, vice-presidente da ANJ, responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão.

Cupom fiscal
A Caixa Econômica Federal lançou linha de crédito destinada a micro e pequenas empresas interessadas em adquirir Emissores de Cupons Fiscais (ECF). Empresas que exercem atividades de venda e revenda de bens a varejo e as empresas prestadoras de serviços estão obrigadas ao uso de equipamento ECF, de acordo com a Lei 9523/97, em substituição às notas fiscais tradicionais. A Caixa vai utilizar R$ 1 bilhão de recursos da linha de crédito Caixa Giro. A meta é financiar 200 mil empresas de todo o país em 1999. Os empresários que receberem o empréstimo, limitado a R$ 30 mil, poderão comprar o equipamento nas lojas credenciadas, por um preço médio de R$ 2 mil cada, com taxa de juros de TR mais 1% ao mês e prazo de amortização de até 24 meses.

Bug
Os catastrofistas que criticam o fiasco que foi a estréia da “concorrência” na telefonia deveriam olhar o saldo positivo dos últimos três dias: foi uma preparação dos usuários para o que vem por aí na virada para o ano 2000.

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Geral
Não foi só o interurbano que deixou o carioca revoltado com as empresas de telefonia. Centrais telefônicas dentro da cidade do Rio não conseguiam completar ligações para outras centrais no próprio município. O problema prejudicou pelo menos um provedor de Internet. A explicação, nesse caso, fica por conta exclusiva da Telemar.

Essenciais
À medida que os trens do Metrô do Rio vão trafegando cada vez mais lotados e os intervalos entre uma composição e outra aumentando, os empregados vão advertindo os usuários. Ontem, em diversas estações, cartazes do Sindicato dos Empregados do Metrô avisavam que o sistema pode parar a qualquer momento. Diziam que acabam de ser demitidos 100 técnicos que trabalhavam em atividades essenciais.

Fácil
A confusão nos interurbanos não surpreendeu alguns profissionais de informática. Um deles, que no passado tinha acesso às dependências da Embratel, lembrou que certa vez resolveu testar a senha de um dos servidores da empresa – que continha informações sobre faturamento de ligações internacionais. Tentou senhas simples, até que entrou com “EBT1998” – e teve acesso ao servidor.

Alta velocidade
A polícia e os fiscais dos postos de vistoria do Detran vão precisar de atenção redobrada para pegar a mais recente invenção dos motoristas que querem driblar o controle eletrônico de velocidade. Além dos já manjados CD ou adesivo espelhado colocados na traseira do carro, surgiu agora um expediente  mais sutil: passar esmalte incolor por cima dos números da placa do carro. O esmalte difrataria a luz do flash, tornando a leitura impossível, segundo quem recomenda o sistema.

Curto-circuito?
FHC nega que o ministro Malan esteja demissionário, mas quem esteve presente à entrega do prêmio “O Equilibrista”, pelo Ibef, anteontem, escutou o deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ) afirmar em seu pronunciamento que estava discursando por ter sido o quinto de uma lista de representantes do governo que começara com o ministro da Fazenda e passara, entre outros, pelo ministro do Orçamento, Pedro Parente, e pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga. O parlamentou lembrou que todos foram chamados a Brasília. Ao fim da tarde eram divulgados os termos da revisão do acordo com o FMI com os termos humilhantes (para o Brasil) que se conhece. Resta esperar para ver o que aconteceu de fato nos arraiais tucanos.

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