Na espera dos balanços

162

     
          Os resultados das companhias abertas começam a ser divulgados nas próximas semanas. A expectativa é de que os resultados sejam melhores do que nos primeiros três meses do ano, mas esta tendência de recuperação da atividade econômica já se encontra nos preços dos ativos. Nos últimos dias, o Ibovespa registrou forte queda, promovida pela realização de lucros e saída dos estrangeiros e chegou a ficar abaixo dos 49 mil pontos.
A recente queda abre novas oportunidades para os investidores que estão fora da Bolsa. No entanto, é preciso estar atento aos preços dos ativos, pois muitos já estão próximos do que os analistas definem como justo. Portanto, o movimento não deve ser de forte recuperação e a volatilidade ou queda das cotações ainda deve fazer parte do dia-a-dia. Nesta sexta-feira, o mercado acionário ainda operava sem tendência definida.
Na análise gráfica da Consultoria Lopes Filho, os especialistas explicam que o gráfico diário do Ibovespa indica que as indicações baixistas prevalecerão e que eventuais repiques não modificarão o quadro atual. Segundo o relatório, até o final do pregão da última quarta-feira, véspera do feriado em São Paulo, a sinalização era de uma queda de maior intensidade até as projeções de 46.700 a 44.300 pontos.
O cenário é de recuperação gradual da economia, com redução do hiato do produto e sem pressões inflacionárias. O crescimento econômico provavelmente se acelerará ao longo de 2010. As atenções dos investidores estão voltadas para o crescimento da produtividade da indústria, que tem demonstrado uma recuperação gradual. A produção industrial registrada no mês de maio ainda se encontrava 15% inferior aos patamares pré-crise, mas a diferença vem diminuindo mês a mês, atingindo quase 4%.
De acordo com a análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), diferentes dados econômicos começam a dar sinais de que, sendo mantido o quadro externo mais favorável que vem prevalecendo nos últimos meses, a indústria brasileira poderá entrar, no segundo semestre, numa rota de recuperação de seus níveis de produção registrados antes do agravamento da crise internacional.
“A evolução recente da produção desse setor, a despeito de apresentar nos cinco primeiros meses deste ano um ritmo ainda tímido de crescimento e taxas bastante negativas quando comparada à igual período de 2008, mostra uma tendência mais positiva na margem”, diz o documento divulgado pela entidade. Os dados divulgados pelo IBGE para o emprego industrial em maio trazem mais um resultado favorável: o setor parece estar a caminho de uma estabilização após ter caído fortemente no final de 2008 e início deste ano.

Precisão nos negócios
O crescimento da preocupação com a segurança e a qualidade dos produtos é o motor do crescimento da Ebco Smiths (foto), empresa especializada em escâneres de última geração capazes de detectar resíduos e impurezas nos mais variados tipos de alimentos. O faturamento da empresa, que somou em todo o ano de 2008, R$ 25 milhões, já foi superado nos primeiros seis meses de 2009, atingindo R$ 34 milhões. O presidente da Ebco, Luiz Claudio Santoro, comemora os resultados e diz que, diante do incremento da demanda, não há tempo para outras atividades.
O foco agora é por manter este crescimento, que está relacionado ao forte trabalho comercial feito em 2008. “Por enquanto, estamos no ritmo sete por 24. Sete dias por semana e 24 horas por dia. Quando o mercado esfriar, é hora de sair de férias”, brinca. O trabalho intenso já dará resultados para o futuro, com a garantia de contratos já para 2010.
A Ebco surgiu como uma empresa de representação, em 1982, mas virou a página e hoje é uma inovadora. Santoro está na Ebco desde o final de 2008, com o objetivo de buscar novos mercados e clientes. “Hoje estamos bem estruturados, com boa posição de mercado e contamos com a satisfação dos clientes”, conta. No segmento de alimentos, a empresa pretende dobrar o número de clientes, hoje em 38. O seu maior cliente neste mercado é a Nestlé.
Na visão do executivo. A postura mais consciente e precavida das empresas faz do investimento nesse tipo de tecnologia de última geração um caminho sem volta. A preocupação com a qualidade dos produtos é maior para as exportadoras, diante da rigidez dos países compradoras. “Esses equipamentos sofisticados já fazem parte do dia-a-dia das empresas dentro e fora do Brasil. O aumento da procura por esse tipo de escâner se dá na proporção do aumento do rigor dos órgãos reguladores e dos consumidores”, explica. O próximo produto será voltado para a análise do teor de gordura da carne.
Segundo Santoro, o investimento neste tipo de tecnologia não implica em redução dos custos de produção, mas evita penalidades ou prejuízos no caso de devolução da mercadoria por falta de qualidade. “O scanner consegue identificar qual a falha está ocorrendo, o que permite a empresa resolver o problema antes de perder toda a mercadoria, no caso de uma exportação, por exemplo”, explica.
A parte de alimentos corresponde a apenas 10% dos negócios da Ebco, mas é o segmento de maior aposta de crescimento por parte da empresa. Além do setor de alimentos, a Ebco produz também equipamentos de segurança, para penitenciárias e aeroportos (inspeção de bagagem), assim como para a parte científica.

Agenda: Transparência e a Sustentabilidade
O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) promove o Seminário “A Transparência e a Sustentabilidade no Mercado de Capitais”, no dia 16 de julho de 2009, das 14 às 18 horas, no auditório da BM&FBOVESPA, em São Paulo (SP). As apresentações terão início com a mesa redonda: “Revisitando as expectativas da transparência e da Sustentabilidade no Mercado de Capitais”, apresentação de cases das empresas Braskem e CPFL e a “A visão nacional e internacional sobre sustentabilidade”.

Livros: Guia de marketing
Em Vendendo o Invisível, o autor Harry Beckwith aborda o problema essencial do marketing de serviços: a qualidade e como melhorar através de exemplos práticos que funcionam. A obra enumera os princípios básicos do marketing de serviços, como a definição do negócio, quem está realmente comprando, o posicionamento do serviço, o conhecimento de possíveis clientes e o comportamento de compra e a comunicação. O autor ainda derruba mitos como o posicionamento pelo preço e a eficácia dos grupos de foco. Na visão de Beckwith, o segredo é ir além da qualidade, de forma a priorizar o cliente, reconhecer suas necessidades e identificar a melhor forma de satisfazê-las. Vendendo o Invisível, editora BestSeller, 286 páginas.

Espaço Publicitáriocnseg

Ana Borges
     
     

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui