Na violência contra a mulher, a empresa pode e deve meter a colher

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O número de mulheres vítimas de violência cresce de forma espantosa. Somente nos seis primeiros meses do ano, 57 mulheres foram vítimas de feminicídio no Rio de Janeiro, de acordo com levantamento realizado com base em dados do ISP, Instituto de Segurança Pública. Isso significa que o número já é 20% maior do que em igual período do ano passado, quando foram registrados 48 crimes desse tipo. Mas o que o mundo corporativo tem a oferecer para participar da batalha contra a violência.

Para o gestor de carreiras e professor universitário, Ricardo Machado, o mundo corporativo pode e deve participar de forma objetiva na mudança cultural da violência contra a mulher. Segundo ele, as empresas possuem um papel fundamental neste processo social. Perguntado sobre como as organizações podem ajudar a mudar esse quadro vergonhoso, o gestor de carreiras Machado destaca que parte dos homens que estão nas manchetes dos noticiários e cometendo estes crimes de agressão e feminicídio contra as mulheres, também são aqueles mesmos profissionais que passam boa parte das horas do dia dentro do ambiente profissional, trabalhando normalmente. A primeira pergunta que muitos podem pensar: “e daí? O que as empresas têm com isso?”.

O gestor de carreiras Machado faz uma reflexão. “Qual empresa gostaria de ver um de seus funcionários como figuras machistas e criminosas? Pelo contrário, elas querem que seus colaboradores sigam a mesma boa imagem que sua publicidade deseja passar. Então, por que não agir na causa e não apenas no efeito de simplesmente demitir um funcionário agressor”, pondera.

A proposta do professor Machado é que as empresas invistam em educação social junto aos seus colaboradores com campanhas para tentar colaborar com a extinção desta postura cultural agressora. “Assim, evitaria a associação da empresa à imagem ruim e a demissão de, talvez, um bom funcionário e verdadeiramente colaborar com uma sociedade melhor. Então, funcionários, diretores e departamentos de recursos humanos, vamos agir. Vamos verdadeiramente meter a nossa colher nesta questão, porque na violência contra a mulher, a empresa pode e deve meter a colher”, afirma.

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