Não há luz no túnel

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luz no fim do túnel (foto: Pixabay-CC)
luz no fim do túnel (foto: Pixabay-CC)

Estamos no túnel, envolvidos em profundo breu. Gostaria muito de poder informar que há uma luz pequena e distante representando a saída. Se considerarmos o momento atual como uma corrida de obstáculos, o brasileiro tem que pular uma única barreira imensa, formada pela pandemia, por Bolsonaro, que não é preciso adjetivar, pelo neoliberal Guedes, e por fim, pelos impérios com suas forças armadas e empresas de pilhagens. Trata-se de um obstáculo gigantesco para um povo desvalido e depauperado.

O planejamento do caos foi perfeito, tendo resultado neste ano de 2020, muito ruim para os brasileiros. Planejaram até os detalhes, pois colocaram o carrasco e a pandemia juntos, com ela inibindo manifestações de repúdio às ações dele.

A política sempre foi dominada por manipuladores do povo à cata de votos, que trazem a representatividade não verdadeira. Em geral, estes são, também, ladrões de bens públicos. A sociedade, apesar de poucos profissionais abnegados, que buscam esclarecer o processo de dominação em curso, ainda está hipnotizada pelos mercadores de mentiras dos telejornais, a grande fonte de desinformação dos brasileiros. Hoje, redes sociais, com ou sem fake news, informam ou desinformam, dependendo do canal.

Adicione-se a tudo isso para 2021, uma inflação de 10% ao mês, um desemprego de 30% da população economicamente ativa, a crise da saúde pública, que já atinge mais de 180 mil mortos, e com as autoridades do governo aparentemente pouco interessadas em resolver a questão. Também, a insensibilidade da classe dominante é espantosa, se não for trágica.

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No Congresso, políticos ávidos de mais poder, fieis ao neoliberalismo, com exceção da diminuta bancada do povo, tramam. Buscam formas de lucrar mais, mesmo sendo com a desgraça alheia. Entretanto, continuam buscando intrigar seus oponentes, com sua mídia. Esta é uma parte da receita da dominação.

Assim, o breu é total. Contudo, existe o ditado: “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”, que é verdadeiro porque as gerações se sucedem e, normalmente, as novas gerações buscam partir do zero. No longo prazo, todos os vivos de hoje serão pó, inclusive os donos da empáfia.

Não arrisco prever o futuro porque é difícil e desconfio que ele é triste. Quanto a mim, continuarei lutando, até porque é o que mais faço.

 

Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia.

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