No cenário demográfico brasileiro, o ano de 2022 trouxe consigo números preocupantes. De acordo com dados, divulganos nesta quarta-feira (27), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país registrou um total de 2.542.298 nascimentos, marcando uma queda de 3,5% em relação ao ano anterior. Essa diminuição representa não apenas um declínio em comparação com 2021, mas também se revela como a quarta redução consecutiva nos nascimentos registrados, atingindo o menor patamar desde 1977, num período de 45 anos.
As razões por trás desse declínio são multifacetadas. Klívia Brayner, pesquisadora do IBGE, aponta que fatores demográficos previamente observados em censos anteriores se somam aos impactos da pandemia de covid-19, contribuindo para essa tendência decrescente na natalidade no Brasil. Essa análise reforça a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre os determinantes sociais, econômicos e de saúde que influenciam as decisões reprodutivas no Brasil.
A análise regional revela que todas as regiões do país experimentaram quedas nos nascimentos, sendo as regiões Nordeste e Norte as mais impactadas, com reduções de 6,7% e 3,8%, respectivamente. Entre as unidades federativas, estados como Paraíba, Maranhão, Sergipe e Rio Grande do Norte registraram as maiores diminuições. Apenas Santa Catarina e Mato Grosso viram um aumento nos números de nascimentos, com 2,0% e 1,8%, respectivamente.
Outro aspecto é a mudança no perfil etário das mães. O IBGE também constatou que houve recuo na participação das mães com até 29 anos entre o total de nascimentos, entre 2000 e 2022. Por outro lado, as mães com 30 anos ou mais aumentaram sua participação. De acordo com os dados apresentados nesta quarta-feira, as mães com menos de 20 anos respondiam por 21,6% dos nascimentos em 2000, passando para 18,5% em 2010 e para 12,1% em 2022. A mesma tendência ocorreu com as mães entre 20 e 29 anos, que passaram de 54,5% em 2000, para 53,1% em 2010 e 49,2% em 2022. A parcela das mães com 30 a 39 anos, por outro lado, subiu de 22% em 2000 para 26,1% em 2010 e 34,5% em 2022. As mães com 40 anos ou mais respondiam por 2% dos nascimentos em 2000, passando para 2,3% em 2010 e 4,2% em 2022.
Além disso, a subnotificação de nascimentos continua sendo uma preocupação, com cerca de 55.511 nascimentos estimados como não registrados em 2021, equivalendo a 2,1% do total. Essa lacuna no registro civil pode ter consequências graves para o acesso a direitos básicos e para a garantia da cidadania desde o nascimento.
Paralelamente, o cenário de mortalidade no Brasil em 2022 apresentou uma reviravolta notável. Após um ano recorde de mortes em 2021, com 1,78 milhão de óbitos, o país registrou uma queda significativa, totalizando 1,5 milhão de mortes, o que representa uma diminuição de 15,8% em relação ao ano anterior. Essa redução, atribuída em grande parte à imunização contra a covid-19, marca um ponto de inflexão na trajetória demográfica do país.
Entretanto, vale ressaltar que, mesmo com essa diminuição, os números de óbitos em 2022 ainda superam os registros de 2019, ano pré-pandemia. Além disso, um aspecto preocupante é o aumento do número de mortes entre a população com menos de 15 anos. Esse aumento, especialmente entre crianças de 1 a 4 anos. Para Klívia, o aumento das mortes nessa faixa etária pode ter relação com a vacinação tardia de crianças e adolescentes contra a covid-19, já que entre as principais causas dos óbitos estão doenças respiratórias como gripe, pneumonia, bronquiolite e asma.
Fonte: Agência Brasil
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