Nação x mercado

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Ao fazer um balanço do ano político, o governador do Paraná e pré-candidato do PMDB a presidente da República, Roberto Requião, voltou a defender a realização de um grande debate nacional para as eleições de 2010 sobre se o Brasil deseja ser uma nação ou um mercado: “Esse debate tem de se estabelecer. Há no Brasil de hoje um confronto entre o mercado, o lucro e a ganância, representados pelo capital vadio que não produz um botão, uma roupa, um sapato, uma peça de uma máquina e que ganha mais do que o investimento industrial. Afinal somos um mercado à disposição dos especuladores e exploradores do mundo inteiro, no qual só prevalece o desejo do lucro e da ganância? Ou somos uma nação construída ao longo do tempo com o suor e sangue dos brasileiros?”, questionou Requião.

Embate
O pré-candidato do PMDB salientou que a nação “tem compromisso com as pessoas e não com a ganância e com o mercado”. E acrescentou que o trabalho não pode ser aviltado e precarizado, assim como o capital produtivo que gera bens e empregos: “Esse deve ser o debate na disputa presidencial de 2010. Não nos iludamos com fotografias de pessoas bonitas e de candidatos falando na frente daquela máquina que se chama teleprompter, na qual especialistas em propaganda escrevem e os candidatos lêem, sem saber exatamente o que estão falando”, comparou.

Uma verdade inconveniente
O convescote de Copenhague mostrou – para quem ainda dúvida tinha – que a discussão sobre “aquecimento global” envolve pouca ciência e preocupação com o meio ambiente, e muitos interesses econômicos, que vão desde os ganhos no varejo com o mercado de crédito de carbono até a manutenção dos interesses e ganhos das potências submergentes. Não há lugar para inocentes na discussão, cujo cerne, afinal, é a defesa do verde – no caso, o verde das notas de dólar.

Muuuu
Pesquisa divulgada em Copenhague garante que se reduziria mais a produção de gases de efeito estufa se fosse controlada a quantidade de bois e vacas do que reduzindo a produção de energia a partir de óleo e carvão. Fica assim comprovado: não é a ação humana a responsável pelo “aquecimento global”, mas sim a bovina.

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Desastre
Com pouco mais de 12 mil habitantes, Tuvalu ganhou os holofotes da mídia mundial ao ser listada como uma das ilhas do Pacífico que podem desaparecer com o “aquecimento global”. Bem mais perto, na Zona Leste de São Paulo, o Jardim Pantanal – com 7,5 mil moradores – está sob água há mais de uma semana. Pobreza e falta de saneamento não fazem parte dos interesses dos “verdes”, mas causam problemas concretos e imediatos. E, neste caso, não há dúvida: a inundação foi causada por (falta de) ação humana.

Tô nem aí
Moradores do bairro Jardim Pantanal continuam a aguardar que, antes da próxima tempestade, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), enfim, visite o lugar para prestar suas solidariedade àqueles paulistanos. No espírito de Natal, os mais desesperados prometem até oferecer um panetone ao prefeito quando e se ele aparecer.

Forcinha
Conhecedores das manhas e aspirações do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PDSB), garantem que, se o empenho que Aécio promete fazer pela campanha de José Serra, ano que vem, for nos mesmos moldes do que desempenhou na derrotada campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente da República, em 2006, até o dias das eleições, o mineiro deve mencionar o nome do paulista umas… três vezes nos eventos de que participarem. Esse, segundo tucanos ligados a Alckmin, foi o número de vezes que Aécio citou o ex-governador de São Paulo em 60 comícios de que participaram juntos.

Apagar das luzes
Semana que vem, enquanto todo mundo está ocupado com panetones e demais preparativos para o Natal, o Conselho de Administração da Eletrobrás se reúne para, entre outros assuntos, tratar da polêmica questão dos dividendos retidos n o final da década de 1970 – assunto já denunciado por esta coluna no dia 11 (dia 10 no MONITOR DIGITAL) e que envolve bilhões de reais. Papai Noel pode chegar mais cedo para um pequeno grupo.

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