Negócio M&M’s com Pringles incentiva concentração no mercado de alimentos

Compra da fabricante das batatas é a ponta de iceberg na concentração - vulgo cartelização - no mercado de alimentos

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Personagens dos chocolates m&ms
m&ms (imagem M&Ms)

Uma nova onda de consolidação – que também pode ser chamada de cartelização – ocorre no mercado mundial de alimentos. Nos últimos meses, a Kraft Heinz tem avaliado uma potencial venda da marca de cachorro-quente e bacon Oscar Mayer. Analistas da indústria alimentícia disseram que empresas como a fornecedora de batata frita Utz, assim como a Simply Good Foods e a BellRing Brands, são outros possíveis alvos de aquisição.

Nesta quarta-feira, foi confirmada a compra da fabricante de Pringles Kellanova pela Mars, o que empurra a empresa para os corredores de salgadinhos e biscoitos dos supermercados, dando à fabricante de chocolates M&M’s e Snickers uma fatia maior de um crescente negócio global de salgadinhos, informou o The Wall Street Journal (WSJ) nesta quinta-feira.

Enquanto isso, acordos menores de alimentos já estão em andamento. A empresa de sopas e salgadinhos Campbell Soup comprou este ano a Sovos Brands, dona do molho para macarrão Rao’s, por US$ 2,7 bilhões. A J.M. Smucker pagou US$ 4,6 bilhões pela Hostess Brands, fabricante do Twinkies.

A Mars concordou em adquirir a Kellanova por US$ 83,50 por ação, em dinheiro, totalizando US$ 35,9 bilhões. “O acordo, um dos maiores já registrados entre fabricantes de alimentos, ocorre no momento em que os consumidores estão se recusando a preços mais altos de alimentos, e o escrutínio está crescendo sobre os potenciais impactos à saúde dos alimentos processados”, disse o WSJ.

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As condições estão maduras para uma nova onda de consolidação, à medida que o crescimento das vendas das empresas alimentícias desacelera e suas avaliações no mercado de ações estão deprimidas, de acordo com analistas e consultores de Wall Street ouvidos pelo jornal.

“A despensa da era da pandemia e os aumentos acentuados de preços que continuaram após alimentaram um boom de vendas para empresas alimentícias. Esse crescimento esfriou, levando os executivos a buscar novas maneiras de impulsionar seus negócios e cortar despesas”, observou o jornal.

“Todo mundo está meio que recuperando seu ‘mojo’ (charme ou influência), mas buscando crescimento”, disse o presidente-executivo da Kellanova, Steve Cahillane, em uma entrevista na quarta-feira, quando as duas empresas anunciaram que entraram em um acordo definitivo.

Com Agência Xinhua

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