Neve no Rio

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O vereador carioca Ricardo Maranhão (PSB), que visitou ontem a sede do MONITOR MERCANTIL, se lembrou de um fato ocorrido no início da implantação da Petrobras para dar um exemplo da diferença entre importar tecnologia e desenvolvê-la internamente. Ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Maranhão recorda que na década de 50 o Brasil importava dos Estados Unidos, entre dezenas de outros equipamentos, tanques para armazenar petróleo. Examinando os tanques, engenheiros da recém-criada estatal avaliaram que eles levavam perfis internos – espécies de colunas de sustentação do teto – muito robustos, acima do necessário para aguentar o peso do aço da cobertura. Ao questionar a empresa norte-americana fabricante do produto, os engenheiros receberam como resposta que era para suportar o peso da neve em cima do teto. Ninguém se espante se fatos semelhantes já estiverem se repetindo nas telecomunicações, setor de eletricidade etc. Em tempo: há muitos anos a Petrobras já produz tanques aqui.

Painel controlado
O presidente da CUT Rio, Antônio Carlos Carvalho, defende a instauração de uma CPI ampla que investigue todas as votações no Senado, em decorrência das investigações que apontam a violação do sigilo do painel eletrônico, no caso da cassação do ex-senador Luiz Estevão. Os acusados são os senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (PSDB-DF), este líder do governo. Segundo Carvalho, é urgente que se investigue a extensão da quebra de sigilo do painel: “A violação do painel eletrônico pode ter acontecido outras vezes, servindo para que o governo soubesse a posição de cada parlamentar para agir conforme os seus interesses em votações importantes de interesse nacional, como as que possibilitaram entrega do patrimônio nacional ao exterior”, frisou.

Napoleão
O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, em sua passagem por São Paulo, disse que a cesta de moedas vai tornar o peso argentino “uma moeda melhor que o dólar e melhor que o euro”. Esqueceu de dizer que o vinho da Argentino é melhor que o francês, que os relógios lá produzidos são mais precisos que os suíços e que os neoliberais portenhos são mais autênticos que os de Harvard.

Lado
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, David Zylbersztajn, deu provas ontem – se é que mais provas ainda fossem necessárias – de sua disposição na relação com as multinacionais do petróleo. Ao comentar a resistência que a Petrobras mostrou ao defender o interesse brasileiro na disputa com a BG na utilização do gasoduto Brasil-Bolívia – decidia pela ANP em favor da empresa britânica -, o genro de FH se abriu: “Eles vêem o lado deles e nós vemos o nosso”.

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