Setores como agroindústria, infraestrutura e tecnologia devem ser os principais beneficiados pelo programa Nova Indústria Brasil (NIB), do Governo Federal. Lançada há cerca de um mês, a nova política industrial é composta por ações que envolvem os setores público e privado para promover o desenvolvimento produtivo de forma estratégica.
A proposta do Nova Indústria Brasil é fomentar a indústria e a economia brasileira até 2033. Segundo Juliano Gustavo de Oliveira, CEO da Easy 360 – startup brasileira especializada em conectar venda e operações no setor industrial – são diversas as áreas escolhidas para a aplicação dessa nova política de investimentos.
“De maneira geral, o programa não irá afetar somente os setores listados, mas sim toda uma rede de produção de insumos. Isso inclui até as indústrias de base, que devem estar preparadas para um possível aumento das demandas”, pontua o especialista.
Oliveira diz estar otimista em relação ao futuro cenário industrial brasileiro. “Nossa indústria apresenta dificuldade de compreensão em conectar as novas tecnologias aos seus modelos tradicionais de gestão”, analisa. De acordo com o CEO, a nova política foi formatada para reduzir essas distâncias, transformando a eficiência da indústria nacional, impactando principalmente as pequenas e médias empresas.
Em recente artigo, Gino Paulucci Jr., presidente do Conselho de Administração da Associação Brasielira da Indústria de Máquinas (Abimaq) salientou que a entidade apoia a aprovação pelo Congresso Nacional dos projetos que fazem parte da nova Política Industrial, entre eles a Depreciação Acelerada e a criação da LCD – Letra de Crédito do Desenvolvimento.
Paulucci Jr. destacou a luta de mais de 20 anos para criação de uma política industrial articulada, “capaz de promover a transformação da estrutura industrial, com a melhoria na formação bruta de capital fixo, o avanço da digitalização e da transformação nos modelos de negócios das empresas para que resulte num forte aumento da produtividade da economia e consequentemente em crescimento.”
Gustavo de Oliveira enfatiza que a NIB trará mais investimento, o que significa também maior produção e competitividade, com uma margem de erro cada vez menor. Ele cita o exemplo da agroindústria e das indústrias alimentícias, nas quais um dos desafios é modernizar a gestão para que se tornem eficientes, obtendo maior velocidade na construção de cenários para minimizar o impacto dos erros nas tomadas de decisões.
“Com todo esse possível boom da produção industrial no Brasil, o cenário será complexo e de extrema competitividade, por isso as empresas não podem esquecer do planejamento, que é algo essencial”, comenta.
Leia também:
Críticas à NIB: abandono de velhas ideias é lento no Brasil | Monitor Mercantil
NIB conta com 6 missões
No total, o programa Nova Indústria Brasil se divide em seis das chamadas missões, que são setores de investimento com as principais metas, desafios e áreas prioritárias de ação. Além do investimento direto na indústria, o plano também leva em consideração aspectos como sustentabilidade, inovação e políticas públicas.
A Missão 1 é relacionada à agroindústria, sustentabilidade e digitalização para evitar desperdícios; a Missão 2 se relaciona com o setor da saúde, como pesquisa, medicamentos e vacina; a Missão 3 trata de saneamento, infraestrutura e integração produtiva das cidades; já a Missão 4 significa investir em tecnologia, transformação e produtividade dentro da indústria; a Missão 5 foca na bioeconomia, segurança energética e energias limpas e, por fim, a Missão 6 tem seu foco em tecnologia na área da defesa do país.