No Brasil, rentistas dobram patrimônio em 11 anos; nos EUA, levariam 173 anos

No Conselhão, críticas aos ganhos elevados dos rentistas com juros no Brasil e às desonerações fiscais

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Reunião do Conselhão
Reunião do Conselhão (foto de Ricardo Stuckert, PR)

Se um rentista chegasse no Brasil com R$ 1 e investisse o valor com a taxa de juros dos últimos cinco anos, ele dobraria seu patrimônio em 11 anos. Se o mesmo rentista fosse aos Estados Unidos e aplicasse esse mesmo R$ 1, ele demoraria 173 anos para dobrar o valor. “Esta é a diferença, o porquê de este país não sair da estagnação do ponto de vista do investimento,” explicou Clemente Ganz Lúcio, consultor das centrais sindicais de trabalhadores.

Ganz participou da 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDES, ou Conselhão), realizada nesta quinta-feira, em Brasília. Ao falar do debate em torno do ajuste fiscal, Lúcio fez menção ao descompasso dos juros, que produzem gasto excessivo e drena recursos de outras políticas.

Para o conselheiro Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a baixa oferta de crédito produtivo, que está na raiz na reduzida taxa de investimentos, pode colocar em risco o controle da inflação. Segundo ele, “há um abismo” entre o crédito para consumo e o crédito para as empresas, sendo que o primeiro teve alta de 4% este ano, enquanto o segundo, de apenas 1,5%. Na opinião do empresário, a baixa oferta de crédito produtivo está associada à alta taxa de juros.

Também se pronunciou no Conselhão o presidente da Febraban, Isaac Sidney, que defendeu a necessidade de maior controle das despesas do Governo Federal e centrou sua crítica no “absurdo nível de desonerações” que beneficiam alguns setores da economia.

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“Há vícios que foram se entranhando”, disse ele, “gastos ineficientes, como o absurdo nível de desonerações que estamos enfrentando, que alcança o inaceitável marco de 6% do PIB”, completou Sidney. Antes de ser eleito presidente da Febraban, o executivo fez carreira como servidor concursado do Banco Central.

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