Normalidade americana

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Anunciada pelo governo Bush como um marco da normalização da situação do país, a “eleição” do novo governo iraquiano completou seu primeiro aniversário com números que desmontam qualquer autismo. Levantamento do analista internacional Isaac Bigio revela que, nesse período, foram explodidos cerca de 500 carros-bomba, um recorde mundial superior aos ocorridos em Peru, Irlanda do Norte, Colômbia ou Palestina. Desde a invasão norte-americana, em março de 2003, já morreram cerca de 2 mil soldados estrangeiros, 5 mil militares iraquianos e quase 23 mil civis – estes últimos, aliás, a parte menos interessante das estatísticas exibidas nos Estados Unidos.

Sem fim
Uma consultoria conseguiu multiplicar por até dez vezes seus ganhos em fundos de pensão de estatais após a eleição de Lula. Numa das maiores entidades do país o valor da consultoria teria passado de R$ 17 mil para R$ 160 mil por mês. O caminho do milagre leva ao Planalto.

A pé
Seiscentos operários que trabalhavam na obra do Metrô carioca em Copacabana foram demitidos nesta sexta-feira, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada do Rio de Janeiro. A entidade afirma que as obras de expansão do metrô até Ipanema vão parar mais uma vez e culpa o governo federal, que não repassou R$ 45 milhões para as obras. De acordo com o sindicato, o BNDES, responsável por uma parte do financiamento da expansão, não repassa a verba às empreiteiras desde janeiro desse ano. O motivo para o “espetáculo do crescimento do desemprego” seria uma dívida da Cedae, que o governo estadual alega já ter sido resolvida.

Remédio errado
Se juros baixassem a inflação no Brasil, nós teríamos a menor variação de preços do planeta. O comentário é do economista e professor Alberto Borges Matias, ao lembrar que nossa taxa de juros é a mais alta, em termos reais, mas nossa inflação é igualmente a mais elevada entre todos os países emergentes. A solução, para ele, é simples: baixar os juros e deixar o país crescer.

Espaço Publicitáriocnseg

Criatividade
A escolha da agência de propaganda SMP&B pelo Prêmio Colunistas, em Brasília, levou a Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda (Abracomp), responsável pela realização, a esclarecer que “a capacidade técnica das empresas premiadas é historicamente reconhecida por todo o mercado publicitário brasileiro e absolutamente inquestionável sob qualquer critério, assim como a qualidade criativa dos trabalhos apresentados para julgamento”. Já a questão ética, fica para os tribunais.

Questão de imagem
A base militar norte-americana de Guantánamo deveria ser fechada porque é pouco eficiente na luta contra o terrorismo e prejudica a imagem dos Estados Unidos, segundo um relatório destinado à Assembléia Parlamentar da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa. A organização deixou para segundo plano as torturas e violações de direitos humanos nesta e em outras bases.

Zzzzz
Se Furnas precisa melhorar sua auditoria interna ainda não se sabe, mas a área de comunicação com certeza precisa de atenção. A leitura da longa e confusa nota de esclarecimento produzida pela estatal em anúncios de rádio, por maçantes dois minutos, talvez seja a peça publicitária mais ineficaz vista no Brasil nos últimos anos.

Estilo
Pelo menos um jornalista carioca do departamento de esportes de uma televisão não quer nem ouvir falar no deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Quinta-feira, ainda ignorante do novo lay out de Jefferson, foi operado para retirar um quisto perto da vista esquerda, que o obrigou a levar alguns pontos no local. Depois da primeira aparição pública do petebista, já contabilizava, antes do meio-dia, 34 piadinhas sobre as semelhanças visuais.

Ilha fiscal
Um petista que mantém o bom humor apesar da crise sugere um slogan caso a presidência da República insista em realizar o “Arraiá do Lula” neste fim de semana: sua batata está assando.

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