Nos EUA, a informalidade da Lava Jato

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A participação dos Estados Unidos em ações contra a corrupção ao redor do globo, especialmente na América Latina, é constantemente denunciada. No caso da Fifa, a interferência foi direta. Em outros, como na Lava Jato, as denúncias são dribladas, já que a participação externa é apenas vislumbrada. Mas um evento no ano passado, em Washington, jogou, de forma pouco usual, luz sobre o assunto. O seminário Lessons From Brazil: Crisis, Corruption and Global Cooperation foi realizado em 19 de julho e teve pouca repercussão por aqui. O interesse da imprensa brasileira era sobre as flechas do embate que o então procurador-geral Rodrigo Janot dizia ter contra o presidente Michel Temer. Também por isso, algumas revelações de Janot – figura central do evento, junto com o então chefe da poderosa Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA, Kenneth A. Blanco (de quem falaremos adiante) – passaram batidas.

Foi um visivelmente constrangido Janot que falou logo após Blanco. Constrangido não pelo local ou pelo tema, mas provavelmente por ele, procurador-geral do Brasil, ter que recorrer a tradutor e fone de ouvido por não dominar o inglês. O que ele viria a dizer, porém, deveria deixar corados os membros do Ministério Público e da Polícia Federal. Afirmou Janot, sobre a cooperação com seus colegas dos EUA: as informações podem ser trocadas independentemente de requisições formais para investigação. Essas informações orientam as investigações; depois, se chegar à fase de processo, cumprem-se as formalidades.

Mais adiante, questionado pela moderadora Andrea Murta, vice-diretora do Adrienne Arsht Latin America Center, Janot explicou: “Além do trânsito das evidências através das autoridades centrais, há outras informações que podem ser trocadas com métodos mais atuais, quero dizer, através de WhatsApp, Facebook, algumas coisas são mais secretas, há vários modelos que usamos.” Porém emendou: “Mas tem que ser feito pelas autoridades centrais, de forma a garantir os direitos da defesa.” Blanco, o poderoso chefe norte-americano, foi mais explícito: “Estamos tendo conversas com alguns países em que estas formalidades não precisem ser tão formais”. Mas isto é assunto para a coluna de amanhã.

 

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Fator externo

Amigo da coluna que esteve no final do ano passado no Irã diz que não tem como evitar concordar com o aiatolá Ali Khamenei sobre a origem externa dos distúrbios que agitam o país nos últimos dias. Relata que o Irã estava tranquilo, e nada parecia indicar que protestos irromperiam.

O presidente dos EUA, Donald Trump, reforça a suspeita ao saudar os manifestantes e afirmar que “apoiará o povo do Irã”. A embaixadora na ONU, Nikki Haley, vai na mesma linha ao anunciar que pedirá uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.

A posição da Rússia, uma vez mais, será determinante na região. O Irã comprou todos os mísseis S300 que os russos haviam trocado pelos S400.

 

Rápidas

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