Os mercados europeus fecharam em recuperação nesta segunda-feira. As notícias mais amenas em torno da nova variante da Covid-19, denominada como ômicron, de que ela pode não ser tão perigosa, fizeram com que os mercados recuperassem parte das perdas de sexta-feira.
Devido à melhora do cenário quanto à nova variante da Covid-19, as bolsas americanas fecharam em alta. As farmacêuticas informaram que já estão trabalhando em uma solução caso as vacinas atuais não tenham efeito contra as novas variantes e, mesmo com o avanço da ômicron, Joe Biden informou que não vê necessidade de lockdown.
No Brasil, o mercado seguiu os avanços do exterior em um dia de risk-on. O avanço das commodities também foi um fator que contribuiu para o avanço do principal índice da B3. Quanto à agenda econômica, o IGP-M registrou desaceleração em relação ao período imediatamente anterior, tendo avanço de 0,02%. Os dados fiscais também foram positivos, com o governo central atingindo superávit de $28,2 bi, superando as expectativas.
Nesta terça-feira, os receios em relação à variante sul-africana, a ômicron, voltam a assustar o mercado. Os temores ocorrem após a Moderna colocar em dúvida as vacinas oficiais contra a nova versão do vírus. Internamente, os dados do PMI da China foram melhores do que o esperado, principalmente para a indústria.
Com a aversão ao risco, o minério cotado em Singapura e em Qingdao fechou em queda, de 1,21% e 0,85%, respectivamente.
Na Europa, o desempenho não é diferente do que o que ocorreu mais cedo no oriente. O continente, que passa por um momento delicado em relação ao avanço da Covid-19, tem seus principais índices em queda com a possibilidade da pouca eficácia dos imunizantes existentes contra a uma nova variante. Sobre os dados internos, a inflação da Zona do Euro avança e os dados de emprego na Alemanha ficam estáveis.
Os futuros americanos também operam em queda, basicamente pelo mesmo motivo observado na Europa e Ásia. Na agenda econômica, destacam-se os pronunciamentos de formuladores de política monetária, em especial de Jerome Powell.
No Brasil, a bolsa deve sofrer os efeitos do mercado externo. No entanto, a melhora nas expectativas, com a tramitação da PEC dos Precatórios, pode amortecer um pouco o impacto negativo em dia de sell-on.
Tesouro oferta NTN-Bs para 2026, 2030 e 2055 nesta terça-feira, após, na semana passada, ter reduzido o volume de papéis indexados à inflação e ter também colocado menos papeis prefixados.
Quanto aos dados econômicos, destacam-se dados fiscais divulgados pelo Bacen.
Matheus Jaconeli é economista da Nova Futura Investimentos.