A nova imagem do capitalismo

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Ao que tudo indica, as expectativas do mundo empresarial por uma definitiva saída do capital da violenta crise capitalista e seu desenvolvimento em níveis que não deixam margens de retrocesso continuarão permanecendo expectativas.

Pesquisas realizadas pelo serviço de monitoramento do governo alemão apuraram que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou ligeiro aumento no terceiro trimestre em relação com o trimestre anterior. E, de acordo com o mesmo serviço governamental, o fluxo das exportações, assim como o intercâmbio internacional de um nodo geral, foram reaquecidos pela queda de cotação do euro, embora os investimentos permaneçam desaquecidos inviabilizando o crescimento econômico.

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No decorrer do mesmo período, o PIB da França manteve-se inalterado, e os investimentos na segunda maior economia da União Europeia (UE) registraram ligeira queda, enquanto tanto a França, quanto a Alemanha continuam enfrentado o problema da falta de investimentos.

Obviamente, quem espera desenvolvimento capitalista nas duas maiores economias da UE e da Zona do Euro somente com o fraco desempenho de suas exportações ficará desiludido. A origem do problema é doméstica, mas é também consequência da desaceleração da economia chinesa, maior parceiro da Alemanha e da França, considerando que, com a desvalorização da moeda da China, os produtos made in China exportados ao mundo tornaram-se muito mais acessíveis aos consumidores, inviabilizando as exportações alemãs e francesas.

Rota de colisão

Nova pesquisa de mercado, realizada pela Agência Europeia (Eurostat), confirmou nova queda do PIB alemão, em 0,3%, embora as expectativas fossem de 0,4%. A situação na Zona do Euro piorou. E embora a economia da França tenha se mantido, aparentemente, estável, a economia da Finlândia contraiu-se pelo quarto trimestre sucessivo, sinalizando que o país está, definitivamente, em queda. Contudo, a crise atual que atinge o PIB dos países integrantes da Zona do Euro mantém-se muito abaixo dos níveis em que se encontrava antes da eclosão da grave crise de 2008.

Peter Prat, um dos mais destacados economistas do Banco Central Europeu (BCE), mostrou-se otimista, afirmando que “não existem razões para sobressaltos. A recuperação dos ritmos de crescimento e da inflação mantêm-se moderados”. Anotem que a ocorrência do anêmico crescimento na Zona do Euro diz respeito também aos EUA e as Brics, segundo alguns jornais da Europa.

É quase certo que as expectativas para a saída definitiva do capital da atual grave crise capitalista e seu desenvolvimento não deixam margens para possibilidade de retorno à normalidade. Repetidamente, a evolução positiva do PIB permitiria à Alemanha abandonar sua severa política fiscal e de frugalidade, alavancando a demanda interna. Porém, isto significaria aumento de salários e da renda dos trabalhadores e do povo em geral.

A renda popular despencou nos âmbitos da adoção e da gestão política da crise quando buscava-se favorecer o capital como uma medida que aumentaria o extremamente reduzido percentual de desempenho para os capitalistas e equivaleria os prejuízos no turbilhão da crise.

Se os salários e as aposentadorias forem aumentadas, será reduzido muito mais ainda o percentual de lucro para os capitalistas e ainda mais: crescimento de demanda com os atuais (elevadíssimos) níveis de desemprego é algo impraticável.

A atual grave crise não será superada facilmente porque exigirá gigantesca reversão de capital para serem reiniciados os investimentos. Por enquanto, a classe trabalhadora, as paupérrimas camadas populares poderão somente com pesadas lutas conseguirem arrancar suas perdas do longo período da crise, além de envidarem todos os seus esforços para abolição de todas as leis antitrabalhistas e antipopulares, atendimento de todas suas atuais necessidades, entrando em rota de conflito com o capitalismo na UE e na Zona do Euro.

Maria Segre

Sucursal da União Europeia da Latino-americana de Notícias.

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