Nova-iorquino é o estrangeiro que mais busca passagem para as Olimpíadas

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Pesquisa realizada pelo portal de viagens Kayak para entender o comportamento das pessoas que visitarão o Rio de Janeiro em função das Olimpíadas mostra que os mais de um milhão de viajantes que estarão na cidade para o evento, segundo dados do Ministério do Turismo, já estão com as passagens no bolso. O levantamento apontou que as pesquisas de passagens para a cidade foram feitas com bastante antecedência, a partir de maio de 2015, para o período de estadia entre os dias 4 e22 de agosto de 2016.
Ainda que os turistas tenham buscado as passagens por um período maior do que um ano, a busca para o evento de 2016 ainda é menor do que a realizada para os jogos de futebol que a cidade sediou em 2014. Segundo o Kayak, a demanda para voos para o Rio há dois anos era 13% maior do que a atual.
– Vários fatores fizeram com que a demanda por passagens em 2014 fosse maior do que em 2016, como as mudanças nos cenários político e econômico, as diversas questões relacionadas à saúde e o fator novidade: desde 1950 que o Rio de Janeiro não sediava um grande campeonato esportivo global do tipo. Os turistas brasileiros e estrangeiros estavam curiosos para participar de um evento desta dimensão e aproveitar tudo que a cidade tinha para oferecer – comenta Kaio Philipe, country manager do Kayak no Brasil.
Ao todo, o Rio de Janeiro receberá atletas de 206 países, competindo em diversas modalidades, e os norte-americanos são os mais empenhados em vir torcer pelas equipes que representam os EUA entre os dias 4 e 22 de agosto deste ano.
O país é responsável por 71% das pesquisas de passagens aéreas feitas para o Rio de Janeiro em agosto, com a cidade de Nova Iorque no primeiro lugar, com 21% das buscas feitas no local entre abril de 2015 e abril de 2016.
São Paulo está em segundo lugar entre as cidades que mais pesquisaram o destino, com 15% das buscas. Los Angeles, Miami, Washington e São Francisco vêm na sequência da lista, com 13%, 10%, 8% e 8% das pesquisas, respectivamente. Paris (7%), Frankfurt (6%), Chicago (6%) e Atlanta (5%) finalizam o comparativo das 10 cidades de origem dos turistas que estarão no Rio.
O levantamento do Kayak apontou ainda que os estrangeiros que virão ao Brasil devem ficar mais dias na cidade do que os brasileiros: 6,86 contra 4,25, respectivamente, na média.
Com a maioria dos turistas sendo de fora do Brasil, a tendência apontada pelo Kayak em um estudo feito sobre o comportamento dos usuários que buscam viagens online, o desktop ainda é a plataforma favorita na hora de buscar um destino estrangeiro: 61% das pessoas que fizeram uma busca para o Rio de Janeiro como destino o fizeram em um computador ou notebook, enquanto 39% fizeram a pesquisa usando dispositivos móveis de variados sistemas operacionais, entre tablets e smartphones.
Os turistas estrangeiros e brasileiros que chegam a terras cariocas deverão encontrar preços mais altos para se hospedarem. A variação de preço para os quartos na cidade pode chegar a 83%.  Segundo o Kayak, o valor médio de uma diária na cidade entre os dias 5 e 21 de agosto é de US$ 415 – ou R$ 1.448,27*** – para hotéis de 3, 4 ou 5 estrelas. No mesmo período do ano passado, este valor era de US$ 226,69 – ou R$ 791,10, em média.
A variação é ainda maior quando a análise é feita entre hotéis da mesma categoria, no comparativo entre agosto de 2015 e agosto de 2016: para hotéis 3 estrelas, ela é de 212%; 152% para hotéis 4 estrelas e de 34% para hotéis 5 estrelas.
– Nestes grandes eventos esportivos, datas que movimentam muito o setor hoteleiro, se planejar é a melhor saída para encontrar o melhor preço e economizar. Utilizar ferramentas tecnológicas para realizar pesquisas é uma boa saída: os usuários que usam o KAYAK para procurar hospedagens podem economizar até 35% no valor da diária – orienta Kaio Philipe.
Em 2014, alguns jogos da Copa do Mundo foram realizados no Rio e lotaram os quartos cariocas. Na ocasião, os turistas nacionais e estrangeiros que escolheram o Rio como destino tiveram que desembolsar um valor ainda maior do que os que virão para a cidade neste ano. A média de preço para hotéis neste período era de US$ 548,54 – ou R$ 1.914,29, variação de preço de 32%.
Foram as hospedagens 5 estrelas que fizeram com que esta média de preço aumentasse. Quando apenas este tipo de hospedagem é comparado, considerando os período de junho e julho de 2014 e agosto de 2016, os preços atuais são até 43% mais baratos. Para os hotéis 3 estrelas, o preço praticamente se mantém, com variação de apenas 3%, e para hotéis 4 estrelas, os preços ficaram 20% mais caros neste ano.
Realizados a cada quatro anos, os próximos jogos acontecerão em Tóquio, no Japão, que já se prepara para receber os turistas do mundo todo em 2020. Por isso, o Kayak também fez uma comparação com os preços de hospedagem para o Rio de Janeiro neste ano e os valores da cidade japonesa, considerando o mês de agosto de 2016 para ambas. Este mesmo levantamento aponta o Rio de Janeiro como o destino mais caro. Em Tóquio, a média de preço de hospedagem é de US$ 279,03 – ou R$ 973,76, valor 48% menor do que o brasileiro***. Esta média se deve a alta variação de preço para os hotéis 3 e 4 estrelas brasileiros, até 203% e 89% mais caros do que os japoneses, respectivamente. Para hotéis 5 estrelas, os preços no Rio de Janeiro são 7% mais caros.
O Rio de Janeiro deverá cumprir a meta de ter à disposição dos turistas mais de 48 mil quartos de hotel durante o mês de agosto, muitos deles próximos aos locais onde os jogos serão realizados, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) no Rio.
– Para se ter uma ideia da dimensão de um evento deste porte, Tóquio já se prepara para atingir a meta de 100 mil quartos de hotel até 2020, um número que revela a estrutura da cidade japonesa e a importância de sua dimensão territorial, que acaba sendo maior do que a do Rio de Janeiro, deixando as opções na cidade brasileira mais precárias – conclui o country manager do Kayak.

Segurança para evento terá 88 mil agentes
A operação de segurança e defesa para a Olimpíada ontará com 88 mil agentes da segurança pública e das Forças Armadas. Para o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça e Cidadania, Andrei Rodrigues, o país está preparado para garantir a segurança durante os Jogos.
– Digo com absoluta confiança e tranquilidade: o Brasil está preparado para receber os Jogos, já mostrou que está preparado em eventos anteriores. Aumentou sua preparação com a capacitação de profissionais, com investimento em infraestrutura – disse à Agência Brasil.
O Plano Estratégico de Segurança Integrada para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, publicado no Diário Oficial da União em outubro do ano passado, traz os principais objetivos e atribuições dos órgãos envolvidos.
O plano lista os principais cenários de riscos que podem causar impacto na operação de segurança dos Jogos Rio 2016: ações terroristas ou de sabotagem de qualquer natureza; ações violentas praticadas durante manifestações sociais; criminalidade e violência urbana; comprometimento do sistema de mobilidade urbana; comprometimento da saúde coletiva; comprometimento dos serviços essenciais; ataques cibernéticos; fenômenos naturais; além de incidentes e catástrofes.
No eixo da segurança pública, agentes das PF e das polícias Rodoviária Federal, Militar e Civil e da Força Nacional, entre outros, cuidam do policiamento de áreas estratégicas como transportes públicos, aeroportos, pontos turísticos, o entorno de hotéis, centros de treinamentos das delegações, campos oficiais de treinamento, estádios e locais de competições. Esses agentes também vão atuar em manifestações, briga entre torcedores e escolta de delegações e autoridades.
Representantes da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da CET-Rio e Guarda Municipal, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e das Forças Armadas, vão trabalhar em conjunto no Centro Integrado de Comando e Controle.
O plano operacional vai até 18 de setembro, data final dos Jogos Paraolímpicos.
Para reforçar a segurança, policiais estrangeiros estarão no Brasil. Mais de 250 policiais de 55 países vão trabalhar em Brasília e no Rio de Janeiro. Parte deles vai atuar no Centro de Cooperação Policial Internacional, chefiado pela Polícia Federal.
Os policiais estrangeiros poderão verificar antecedentes criminais e checar a autenticidade de documentos dos torcedores. Também vão ter a função de intérpretes, trabalhar desarmados e serão supervisionados pela PF.
– Um eixo muito importante é a cooperação internacional com o Centro de Cooperação Policial Internacional e o Centro de Enfrentamento ao Terrorismo, que são coordenados pela Polícia Federal. Eles vêm como um apoio, um suporte à PF, e não como poder de polícia – explicou o secretário Andrei Rodrigues, delegado da Polícia Federal.
Para Rodrigues, o perfil do torcedor de olimpíada é diferente do da Copa do Mundo.
– Não tem aquele perfil daquela paixão tradicional do futebol e da rivalidade que o futebol desperta, mas não quer dizer que a gente vai descuidar. Quando a gente se dispõe a receber um evento como a Olimpíada, o maior evento de todos, não podemos relaxar no nível de preparação da segurança. Tem que ter preparação para tudo, e estamos preparados para o cenário mais desfavorável possível. Na Copa [de 2014], havia preocupação com as manifestações violentas e seguimos mapeando isso – acrescentou.
Para os Jogos Rio 2016, o Ministério da Justiça está investindo R$ 350 milhões em segurança, que foram empregados na aquisição de equipamentos, na capacitação de policiais, bombeiros e guardas municipais, na ampliação do sistema de monitoramento, entre outras ações.
O Ministério da Defesa alocou R$ 854,4 milhões, no período de 2014 a 2016, para a preparação e operação das tropas militares nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. No Rio, cerca de 22 mil militares vão fazer a defesa e segurança dos Jogos.

Com informações da Agência Brasil

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