Novas quedas no preço da gasolina são esperadas até eleições

328
Posto de combustíveis (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Posto de combustíveis (Foto: Rovena Rosa/ABr)

A política de preço de combustível não segue critério técnico, e a Petrobras reduziu os intervalos de baixa dos preços dos combustíveis. “Critérios técnicos de alinhamento dos combustíveis ao preço de paridade de importação (PPI), que faziam parte do discurso oficial, tornaram-se secundários diante da pressão do Planalto e da conveniência eleitoreira”, afirma o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

Segundo o dirigente sindical, com Caio Paes de Andrade no comando da Petrobras, tornou-se prática a adoção de seguidas reduções de preços, em doses homeopáticas, a se estender até o dia 2 de outubro. Somente na gasolina, foram anunciadas quatro quedas de preços nas refinarias, desde 28 de junho, quando ele assumiu a presidência da Petrobras.

Nesse período de dois meses e meio, a baixa acumulada foi de 18,8%. Novas reduções fatiadas na gasolina são esperadas para os próximos dias. No caso do diesel, é a terceira redução no preço do produto na atual gestão da Petrobras, considerando a queda de 5,78% no preço médio do litro do diesel, que entrou em vigor nesta terça-feira. No período, o combustível acumula queda de 12,4%.

 

Espaço Publicitáriocnseg
Pode faltar diesel

Bacelar observa que, para atender o mercado de diesel da Europa, as refinarias americanas e europeias estão usando mais petróleo árabe. Esses óleos têm menos parcelas pesadas, ou seja, para cada barril produzem mais naftas e gasolinas e menos diesel do que os petróleos médios russos.

“O resultado é que o diesel se mantém US$ 50 mais caro que o barril de petróleo Brent ou WTI, e a gasolina voltou para US$ 10 acima do petróleo. Essa diferença acima é chamada de custo de cracking. Isso significa que o diesel não vai cair no mercado internacional e ainda pode faltar”, destaca Bacelar, citando dados da área econômica da FUP.

Ele lembra que o Brasil importa entre 25% e 30% de suas necessidades de diesel. De olho nas eleições, o governo tenta correr atrás do prejuízo, depois de três anos e oito meses de altas recordes nos preços dos derivados, reajustados com base no PPI. No governo Bolsonaro, a gasolina, na refinaria, subiu 118,4%, o diesel, 165,9%, e o gás de cozinha, 109,3%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP). Enquanto isso, o salário-mínimo teve reajuste de apenas 21,4% e a inflação medida pelo IPCA acumulou 25,3%.

Leia também:

Petrobras reduz em R$ 0,18 na gasolina para distribuidoras

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui