Nove em 10 brasileiros consideram grave situação da pandemia

358
Vacina (Foto: ABr/arquivo)
Vacina (Foto: ABr/arquivo)

A situação da pandemia do coronavírus no Brasil é considerada grave ou muito grave para 89% dos brasileiros. Há um ano, eram 80%. Esse aumento de nove pontos percentuais é significativo e mostra que a segunda onda da Covid-19 teve um impacto maior na população, no isolamento social e no medo da doença. De acordo com a segunda etapa da pesquisa “Os brasileiros, a pandemia e o consumo”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB, apenas 4% da população afirmam que a situação é nada grave. Foram entrevistadas 2.010 pessoas entre 16 e 20 de abril. A piora na percepção ocorreu, entre outros fatores, devido à proximidade da população com pessoas que morreram em decorrência do coronavírus. A pesquisa mostra que três em cada quatro pessoas perderam alguém. Entre eles, mais da metade perdeu amigos, 25% se despediram de parentes e 15% tiveram colegas de trabalho mortos pela Covid.

A pesquisa mostra que as mulheres estão mais preocupadas. Para 93% delas, a situação é grave ou gravíssima. Esse percentual entre os homens é de 85%. Também há diferença entre as regiões e as faixas etárias. Ao todo, 86% da população entre 25 e 40 anos consideram a pandemia grave. Essa percepção sobe para 92% na parcela da população com mais de 60 anos.

No Norte e Centro-Oeste, 85% veem a situação como grave e 8% acreditam que é pouco ou nada grave. No Sudeste, 92% avaliam a situação do Covid-19 no Brasil, como grave ou gravíssima. E 3%, como pouco ou nada grave.

Segundo a pesquisa, 56% da população afirmam ter um medo grande ou muito grande da pandemia. Apenas 3% não tem nenhum medo. Na divisão por sexo, 63% das mulheres afirmam ter um medo grande ou muito grande. Entre os homens, esse percentual cai para 49%.

Espaço Publicitáriocnseg

Desta forma, 44% da população acreditam que o número de casos e mortes provocados pela pandemia de coronavírus vai aumentar ou aumentar muito nos próximos dois meses. A principal diferença está na idade. 53% da população de 16 a 24 anos acreditam que a contaminação vai piorar, 48% das pessoas entre 25 a 40 anos fazem a mesma avaliação, 40% da população entre 41 e 59 anos acham que o número de casos e mortes deve aumentar e 34% das pessoas com mais de 60 anos têm essa percepção.

As dificuldades financeiras para o combate à pandemia nos estados e municípios foram um dos destaques trazidos pelos governadores do Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul hoje, em audiência pública na Comissão Temporária da Covid do Senado. Os gestores pediram ajuda para aquisição de vacinas já que, segundo eles, a imunização segue um ritmo ainda bem menor do que o país necessita.

Apesar do alívio na ocupação de leitos, de 90% para 46% no Maranhão, o governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), destacou que a preocupação maior hoje é um “exaurimento dos recursos financeiros” de estados e municípios.

Dino defendeu que é preciso empenho na manutenção da operacionalidade hospitalar dos estados para a necessidade de enfrentar novos ciclos epidemiológicos. Antes da pandemia, ele lembrou que a rede de saúde custava R$ 170 milhões por mês, hoje, o custo mensal é de R$ 230 milhões.

Na mesma audiência, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que também coordena as demandas ligadas à imunização no Fórum Nacional de Governadores, disse que está preocupado com as possíveis restrições adotadas (código verde) pelos países que já alcançaram o que se chama de imunização em massa. Segundo Dias, já são 11 países, entre eles, Israel e Reino Unido, e partir de junho, o número de países com essa medida vai crescer com Canadá, EUA, México e países da Europa.

Wellington Dias ressaltou que outros países como China e até vizinhos do Brasil como Chile, Argentina e Bolívia, com quem o país tem uma intensa relação, estarão na lista verde de países com elevada imunização.

O governador do Piauí também defendeu que o Congresso Nacional ajude a intermediar o diálogo com as farmacêuticas produtoras de vacinas, como a Sinovac, Aztrazeneca e Pfizer. A ideia é acelerar a chegada de doses ao país e avançar nas etapas do Plano Nacional de Imunização.

Os gestores que participam de audiência pública hoje também pediram apoio diplomático para liberação do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) por países que detêm esse insumo. Essas dificuldades também foram destacadas pelo governador de Mato Grosso do Sul, o tucano Reinaldo Azambuja. Para ele, é preciso gastar energia para diminuir a tensão com os fornecedores do IFA, como a China.

 

Com informações da Agência Brasil

Leia também:

Brasil: 400 mil mortos e 14,4 milhões de desempregados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui