Novo Banco do Desenvolvimento emitirá títulos em rúpias em outubro

Dilma, presidente do Novo Banco do Desenvolvimento: financiamento em moedas locais

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Dilma Rousseff na 15ª Cúpula do Brics
Dilma Rousseff (Foto: 15ª Cúpula do Brics)

O financiamento em moedas locais é um dos principais objetivos do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB, o Banco do Brics), “como está claramente afirmado na Estratégia Geral do Banco 2022–2026, que estipula que 30% de todo o nosso financiamento utilizará as moedas dos nossos países-membros”, disse a presidente da instituição, Dilma Rousseff, em apresentação aos líderes dos países do bloco na 15ª Cúpula do Brics.

Na véspera, a agência Reuters publicou matéria sobre uma coletiva de imprensa do diretor de operações do Novo Banco de Desenvolvimento, Vladimir Kazbekov, na qual ele anunciou que o Banco emitirá seu primeiro título em rúpia indiana em outubro de 2023.

Em estudos, títulos em rublos, dirhams e reais

O NBD emitiu seu primeiro título em rands (moeda da África do Sul) na semana passada. Emissão de títulos em moeda nacional de Brasil, Rússia e Emirados Árabes Unidos – todos integrantes do NBD – estão em estudos.

“Começamos a pensar seriamente em usar a moeda de um país-membro para financiar projetos de outro membro. Digamos que um projeto na África do Sul seja financiado em yuan, e não com o dólar”, acrescentou.

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Em sua apresentação na África do Sul, a ex-presidente do Brasil relatou que desde a sua criação, o Banco apoiou 98 projetos de investimento, correspondentes a cerca de US$ 33 bilhões. “Para 2023 e 2024 já temos um pipeline de 76 projetos, num total de US$ 18,2 bilhões”, completou Dilma.

“Como presidente do Banco, estou empenhado em garantir que o nosso trabalho seja realizado sem impor condicionalidades ligadas a qualquer política pública ou projeto privado. Nosso apoio financeiro é fornecido sem condições onerosas”, ressaltou a presidente.

Sede do Banco do Brics, NDB, em Xangai (foto de Fang Zhe, Xinhua)
Sede do Banco dos Brics, NDB, em Xangai (foto de Fang Zhe, Xinhua)

Expansão do número de membros do NBD

Dilma expressou seu otimismo em relação ao NBD, afirmando que o Banco está bem capitalizado, com baixa alavancagem, e está em uma posição forte para expandir seu papel como ferramenta para a execução de projetos de desenvolvimento sustentável.

A Estratégia Geral do NBD para 2022–2026 também se concentra em outra prioridade importante: a expansão do número de membros. “A inclusão de novos membros apoia a vocação do NBD de funcionar como uma verdadeira plataforma de cooperação entre os países do Sul Global, porque fortalece a sua base de capital e incorpora um conjunto mais amplo de relações comerciais e de diversos projetos de desenvolvimento.”

“Isto”, prosseguiu Dilma Rousseff, “permitirá a construção de uma estrutura financeira que traz a marca do multilateralismo e de um mundo multipolar. Múltiplas e diversas vozes serão ouvidas”.

Além disso, Dilma enfatizou o compromisso do NBD em promover a inclusão social e de gênero e apoiar projetos capazes de garantir uma gama de oportunidades, desde a promoção do empreendedorismo até o acesso à renda, aos serviços públicos e aos empregos de qualidade, especialmente para as mulheres.

Matéria atualizada dia 25/08 às 08h24 para inclusão de conteúdo

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