Novo comandante da Guarda Revolucionária promete ‘abrir portas do inferno’ para Israel

Brasil condena ataque israelense contra o Irã; Itamaraty também alerta para risco de conflito de amplo na região

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Itamaraty (Foto: ABr/arquivo)
Itamaraty (Foto: ABr/arquivo)

O novo comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Mohamad Pakpur, prometeu nesta sexta-feira “abrir as portas do inferno” para Israel após os últimos ataques perpetrados pelas forças israelenses contra o Irã, que resultaram na morte de seu antecessor, o general Hosein Salami.

Pakpur, que até agora era o comandante das Forças Terrestres da Guarda Revolucionária, disse que o crime cometido por Israel – que violou a segurança nacional e a integridade territorial do Irã – não ficará impune, informou a agência de notícias estatal Irna.

“O regime sionista criminoso e ilegítimo sofrerá um destino amargo e doloroso com consequências devastadoras”, disse Pakpur, que foi nomeado chefe da Guarda Revolucionária pelo líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, na sexta-feira.

Israel lançou um “ataque preventivo” contra o Irã nas primeiras horas da manhã, matando vários oficiais militares iranianos de alto escalão e cientistas nucleares, o que levou as autoridades iranianas a conclamar a comunidade internacional a agir e a prometer uma resposta a Israel.

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Nesta sexta-feira, Israel realizou uma nova onda de ataques em território iraniano, afetando diversas infraestruturas críticas, incluindo a usina de enriquecimento de urânio de Fordo, na província de Qom.

O vice-chefe de Assuntos Políticos e de Segurança de Qom, Morteza Heidari, disse que as defesas aéreas conseguiram interceptar um drone israelense que entrou no espaço aéreo da província, de acordo com agências de notícias iranianas.

O Exército israelense também atacou Khavar Shahr, ao sul de Teerã, enquanto fortes explosões também foram relatadas em Pakdasht, na província de Teerã, e nas cidades de Mohammadshahr e Karaj, na província de Elburz, bem como na cidade ocidental de Kermanshah.

As autoridades iranianas disseram na sexta-feira que restringiram o acesso à internet em todo o país depois que Israel bombardeou a instalação nuclear de Natanz, um alvo militar recorrente para Israel, bem como outras áreas do país.

“Introduzimos restrições temporárias e as removeremos assim que a normalidade retornar”, disse o ministério das comunicações iraniano, após os ataques que Teerã viu como uma declaração de guerra de Israel, segundo a agência de notícias ISNA.

Os ataques resultaram na morte do chefe da Guarda Revolucionária, Hosein Salami, e de vários oficiais do Exército, incluindo o comandante do Exército Mohamad Bagheri.

Os atentados ocorreram em meio a um impasse nas negociações nucleares entre os EUA e o Irã, iniciadas em abril, e em meio ao aumento das tensões com Israel no Oriente Médio.

O governo brasileiro, por meio de nota publicada nesta sexta-feira, condenou os ataques de Israel contra instalações nucleares e fábricas de mísseis do Irã.

“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty acrescentou que os ataques ameaçam mergulhar toda a região em um conflito de ampla dimensão, “com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”.

O chefe supremo da República do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu hoje responder aos ataques de Israel. Segundo as autoridades israelenses, o Irã já retaliou o país com ataque de drones, mas Teerã nega.

Israel atacou o Irã alegando que o país está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel-Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.

O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) teria apresentado objeções aos compromissos de Teerã com a organização.

A autoridade nuclear do Irã nega que tenha violado compromissos com a AIEA e diz que a Agência realiza uma campanha “politicamente motivada” e guiada por Grã-Bretanha, França, Alemanha e EUA, sob influência de Israel.

Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinou o TNP. Os EUA vinham pressionando Irã para reduzir o alcance do seu programa nuclear. O presidente Donald Trump elogiou os ataques de Israel contra Teerã e pediu para o país aceitar o acordo sobre a questão nuclear.

Com informações da Europa Press e da Agência Brasil

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