Novo governo Lula completa 100 dias hoje

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Lula saúda multidão (foto Ricardo Stuckert)
Lula saúda multidão (foto Ricardo Stuckert)

O terceiro mandato de Lula completa 100 dias hoje. Pesquisa feita pela Ipsos aponta que cinco em cada 10 brasileiros (50%) acreditam que o governo fará uma administração positiva nos próximos anos. Entre os entrevistados, 23% afirmaram que o governo será ótimo. Outros 27% acreditam que o governo será bom. Já 17% dos respondentes acreditam que o governo será regular. Do outro lado, 9% dos entrevistados acreditam que o governo será ruim e 17% acham que será péssimo. Por fim, 8% não souberam responder.

O levantamento registrou que apenas duas em cada 10 pessoas (19%) no Brasil consideram o governo confiável. O número foi apurado através da pesquisa “Global Trustworthiness Monitor”, feita em 21 países. A média brasileira está abaixo do índice de confiança global, que é de 22%. A população da Índia, com 52%, lidera o ranking. Na outra ponta estão os argentinos, onde apenas 9% da população afirmou que considera o governo confiável.

A pesquisa também questionou se os entrevistados consideram que o governo cumpre com suas promessas. No Brasil, apenas 34% responderam positivamente. A população da Índia também lidera o ranking, com 64%. A Argentina segue na última colocação, já que apenas 10% dos entrevistados afirmaram que o governo cumpre o que promete. A média mundial é de 25%.

A desconfiança do brasileiro fica ainda mais evidente quando a pesquisa questiona se o governo tentaria levar vantagem sobre a população se pudesse. Cinco em cada 10 (55%) entrevistados responderam positivamente. Neste quesito, o índice brasileiro está novamente acima da média global, que é de 51%.

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Ainda segundo o estudo, 64% dos brasileiros acreditam que o modelo econômico do país é manipulado para favorecer os mais ricos. Apesar de ter um alto índice, o dado do Brasil acompanha a média mundial, que também é de 64%. A Romênia, com 78%, lidera o ranking.

Na outra ponta, os cidadãos que menos acreditam que o país tem uma economia manipulada estão na Suécia, Holanda e Alemanha. Nestes países, os índices ficaram em 45%, 55% e 55%, respectivamente.

Nos últimos anos, porém, a preocupação do brasileiro com o favorecimento aos mais ricos vem diminuindo, já que a mesma pesquisa foi feita pela Ipsos em 2016, 2019 e 2021. Nestes anos, os índices do país ficaram em 69%, 75% e 80%.

Oito em cada 10 (82%) acreditam que a alta dos juros no país contribui para o aumento do custo de vida. Das 36 nações que integram o levantamento, o Brasil ocupa a segunda posição, empatado com Romênia e África do Sul. Coréia do Sul, com 85%, lidera o ranking. A média global ficou em 69%. Os cidadãos que menos se preocupam com as taxas de juros estão na Arábia Saudita, China e Emirados Árabes. Nestes países, os índices ficaram em 32%, 42% e 46%, respectivamente.

Quatro em cada 100 brasileiros (43%) estão preocupados com a pobreza e desigualdade no país. Saúde (37%), crime e violência (32%) e corrupção (30%) completam o topo da lista. Nesta questão, os entrevistados poderiam indicar mais de uma opção, por isso o resultado final é maior que 100%.

Em pouco mais de três meses, o destaque do novo governo foi, principalmente, a retomada de programas sociais que fizeram sucesso em gestões passadas do PT, mas que haviam sido abandonados ou tiveram forte redução orçamentária nos últimos anos. Outras promessas e metas de campanha ainda dependem de mais tempo e do Congresso Nacional para deslanchar.

O governo também buscou desfazer ações ou omissões do governo anterior, como o restabelecimento de restrições sobre aquisição de armas e munições, além do lançamento de uma campanha nacional de vacinação. Os atos golpistas do dia 8 de janeiro, evento que entrou negativamente para a história do país como grave tentativa de ruptura institucional, teve como reação do governo uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal e, posteriormente, o lançamento de propostas para endurecer a legislação sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito.

No plano internacional, Lula retomou o diálogo internacional, que havia ficado estremecido com muitos países, chegando a se reunir presencialmente ou por contato telefônico com cerca de 30 chefes de Estado e de governo. As primeiras viagens internacionais, para a Argentina, o Uruguai e os Estados Unidos, foram os pontos altos dessa guinada. O país também foi reintegrado a blocos de países como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-americanas (Unasul), além de recuperar posições históricas do país em organismos internacionais, incluindo a própria Organização das Nações Unidas (ONU).

Na economia, a principal medida tomada nesse período foi a apresentação do arcabouço fiscal, com propostas de novas regras para as contas públicas e controle da dívida do país, que deverão substituir o chamado teto de gastos. O texto, no entanto, ainda precisará ser aprovado pelo Congresso Nacional.

O novo governo também freou a privatização de empresas públicas consideradas estratégicas, uma das promessas de campanha de Lula. Também foi destaque o fechamento de um acordo com servidores públicos para reajuste de 9% nos salários.

 

Com informações da Agência Brasil

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