A senadora Heloísa Helena, expulsa do PT, está em negociação com o presidente do PDT, Leonel Brizola. Como integram o pequeno time de opositores aos desmandos da equipe econômica infiltrada no governo petista, uma ida da senadora para o partido trabalhista não surpreenderia.
Presidencialismo já!
A decisão do Banco Central, refugiado na nomenclatura do Copom, de estancar a já tímida queda da taxa básica de juros (Selic) representou uma ducha de água fria nos ainda crédulos sobre a estréia do espetáculo do crescimento, prometido formalmente por aquele que, supõem seus eleitores, governa o país. Ao contrariar empresários, trabalhadores e até largos setores do mercado financeiro, o BC acentuou o risco da existência de uma entidade autônoma pairando acima dos interesses institucionais com poderes enfeixados apenas por governos discricionários.
E, a ser verdadeira a justificativa de que o BC manteve os juros engessados para “provar sua autonomia”, esse ingrediente com ares adolescentes exigiria respostas imediatas do Executivo. A nação ainda aguarda na memória a irresponsabilidade da equipe econômica collorida decidindo em bilhetinhos aleatórios o teto para o confisco que levaria o país a uma de suas mais drásticas recessões.
Não é de burocratas sem votos nem compromissos públicos, porém, que se deve cobrar uma política monetária em sintonia com o urgente desenvolvimento do país. Essa é uma responsabilidade intransferível do presidente da República. Cabe ele pôr fim à terceirização do BC que criou uma espécie de parlamentarismo em que cabe à nomenclatura definir os níveis de crescimento, emprego e salário, bem como as migalhas que restam para educação, saúde e segurança, restando ao chefe do Executivo funções decorativas. Como foi este o ungido pelas urnas, cabe-lhe retomar a autonomia da sua presidência.
Nota zero
Entre os gestos que valem por mil palavras, certamente, o do presidente Lula demitindo seu ministro da Educação, Cristovam Buarque, pelo telefone, encontrando-se este em Portugal, foi dos mais emblemáticos sobre o que o governo petista pensa de setor tão estratégico. Para quem acha a comparação forçada, é só imaginar a mesma cena com outro personagem, o presidente do Banco Central, por exemplo. Alguém a consegue imaginar?
Tiro no pé
Vítima da desconsideração do Planalto, Buarque contribuiu para seu próprio defenestramento antes mesmo da campanha eleitoral, quando cobrava do PT a manutenção de Armínio Fraga e Pedro Malan no comando da economia do país, independentemente do resultado da eleição, ou seja, da opinião de Sua Excelência, o eleitor. Foi atendido parcialmente; embora os nomes tenham sido trocados, foi mantida intocada a mesma política que levou o tucanato à derrota. E quem elege o ajuste fiscal à condição de dogma político, não tem mesmo muito tempo para supérfluos, como educação e saúde.
Bancos
Os principais produtos bancários serão demonstrados em palestra que a Associação e o Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro realizam nesta segunda-feira, a partir de 9h, no Centro de Treinamento Aberj (R. do Ouvidor, 50 – 12º andar – Centro). Informações pelos telefones 2253-1538 e 2203-2188 ou em www.aberj.com.br