Novo terminal de minério em Itaguaí prejudica Rio de Janeiro

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Produção de minério de ferro (Foto: Ricardo Teles/Portal Brasil)
Produção de minério de ferro (Foto: Ricardo Teles/Portal Brasil)

A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) anunciou um projeto que visa a implantação de mais um terminal para exportação de granel sólido mineral no Porto de Itaguaí. O novo empreendimento, que será implantado em uma área de 312.514m², vai receber R$ 3 bilhões em investimentos e aumentar a capacidade de escoamento de minério de ferro pelo porto em cerca de 30 milhões de toneladas por ano.

Um especialista no assunto, que preferiu não divulgar o nome, disse ao Monitor Mercantil que a notícia é péssima para Estado do Rio de Janeiro: “Essas atividades são extremamente poluidoras, e já temos alguns terminais de minério na Baía de Sepetiba com licenças ambientais vencidas. Há operações de minério também para Ternium – que ao menos transforma em aço – CSN e Porto do Sudeste.

“Ser corredor de exportação de commodities produzidas em outros estados”, prossegue, “é um retrocesso, pois não gera empregos e não agrega nada à economia fluminense, não paga impostos como ICMS, e as empresas ainda colocam o endereço fiscal fora do estado onde está a mina, não impactando a transferência de impostos federais e em nosso PIB. Ficamos basicamente com a poeira e a poluição e míseras contribuições de royalties da mineração.”

O especialista acrescenta que “nossos portos de vocação para indústrias e serviços, como Itaguaí e Açu, se tornam meros corredores para outros estados, e isso sim impacta o meio ambiente marinho daquela bela Baía de Sepetiba”.

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A Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA/MInfra) tem conduzido o projeto como prioritário, segundo o coordenador-geral de Modelagem de Arrendamentos Portuários da SNPTA, Alessandro Marques: “Existe uma expectativa de que, ainda no 1° semestre de 2022, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos qualificará o projeto ITG-02 [como é denominado o terminal] como prioridade nacional”. A meta da SNPTA é publicar o edital de licitação no último bimestre deste ano, com realização do leilão no primeiro trimestre de 2023. O início das operações está previsto para 2028.

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