A quantidade de pessoas desalojadas no Rio Grande do Sul mais que dobrou em 24 horas, passando de mais de 163 mil nessa quarta-feira para 327.105 nesta quinta-feira, conforme o último boletim da Defesa Civil estadual, com dados divulgados às 18h de ontem.
São pessoas que tiveram, em algum momento, deixar suas casas e buscar abrigo nas residências de parentes, amigos ou em abrigos públicos. Os abrigos do estado receberam 68.519 pessoas.
No total, 1,74 milhão de gaúchos já foram afetados de alguma forma pelas enchentes, ou seja, perderam casas, estão sem luz, água ou comida.
Em relação aos municípios atingidos, o número chega a 431, o equivalente a mais de 80% das cidades do estado.
As mortes causadas pelas chuvas chegam a 107. Há 134 desaparecidos e 754 feridos.
As autoridades estão em alerta para agravamento da situação no estado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas fortes no Rio Grande do Sul a partir de hoje. A expectativa é de que se prolongue até o domingo com maior intensidade entre o centro-norte e leste do estado, incluindo o litoral norte e o sul de Santa Catarina.
O nível do Rio Guaíba está abaixo dos 5 metros, porém os rios do sul do estado começaram a subir e transbordar.
O sinal da telefonia móvel e de outros serviços de telecomunicações funcionam parcialmente em 222 cidades gaúchas, em decorrência das fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana. A interrupção parcial ocorre quando há pelo menos uma operadora funcionando em uma determinada região, ainda que outras estejam com serviço afetado.
Já em outros quatro municípios, o apagão da telefonia móvel é total: Arroio do Meio, Doutor Ricardo, Eldorado do Sul e Progresso. Nessas localidades, não há sinal de telefonia.
O balanço foi apresentado ontem pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que foi a Porto Alegre para acompanhar as ações de resposta à crise.
“Além das operadoras estarem atuando para retomar o serviço da banda larga móvel, os provedores de pequeno e médio porte estão, dentro do possível, com equipes mobilizadas para restabelecer o serviço”, afirmou o ministro. Ele se reuniu mais cedo com a associação de pequenos e médios provedores de internet banda larga e ouviu relatos de que parte dessas empresas foram muito atingidas pelo evento climático.
O ministro prometeu apoio do Governo Federal para a recuperação do setor.
Ainda segundo Juscelino Filho, a Telebrás disponibilizou antena para conexão de internet banda larga de alta velocidade via satélite, que foram alocadas nas áreas que seguem com serviços regulares interrompidos.
Ontem também, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que empresas do Rio Grande do Sul com operações de crédito junto à instituição poderão requisitar a suspensão, por até 12 meses, dos pagamentos previstos em contrato.
A medida foi anunciada durante apresentação do balanço financeiro do primeiro trimestre de 2024.
“O BNDES está totalmente mobilizado e solidário para contribuir para a reconstrução do Rio Grande do Sul e para adaptar o estado às mudanças climáticas. O aquecimento global está avançando e os extremos climáticos serão cada vez mais frequentes e mais fortes. Precisamos nos preparar com medidas de pronta resposta, mas principalmente pensar estrategicamente o futuro”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Marcelo Porteiro, superintendente de operações e canais digitais do BNDES, explicou que a suspensão dos pagamentos poderá ser requisitada por qualquer empresa sediada no Rio Grande do Sul até 31 de outubro. “Há 56 mil operações elegíveis, envolvendo majoritariamente micro, pequenas e médias empresas”, destacou ele.
Após os 12 meses, elas poderão optar entre duas formas para quitar os valores do período: diluindo nas parcelas do período remanescente do contrato ou alongando o prazo original por mais um ano.
Outra medida que também foi anunciada é a destinação de R$ 500 milhões para reforçar o fundo garantidor FGI Peac Crédito Solidário. Ele foi criado para viabilizar o acesso ao crédito por parte de micro, pequenas e médias empresas e microempreendores individuais (MEI). Por terem menos capacidade de oferecer garantias financeiras aos bancos, sejam eles públicos ou privados, muitas vezes eles não conseguem obter financiamento para suas atividades. Em um contexto de desastre, o acúmulo de perdas e prejuízos torna a situação ainda mais difícil, justamente em um momento de necessário apoio financeiro.
Dessa forma, o FGI Peac Crédito Solidário pode ser acionado por interessados em obter financiamento junto a qualquer banco, seja ele público ou privado. De acordo com Mercadante, o programa será uma alavanca para fazer com que o crédito possa fluir no Rio Grande do Sul nesse momento. “Os bancos só emprestam se tiver garantias. O que o BNDES está dizendo é o seguinte: dependendo da operação, nós garantimos até 80%. Com isso, nós devemos estimular que os bancos emprestem R$ 5 bilhões”, explicou.
Com informações da Agência Brasil
Leia também:
Caixa assina autorização para licitação de nova maternidade em SP
Investimentos de R$ 63,9 milhões são provenientes do Novo PAC
Setor de móveis, eletros e informática puxa alta do comércio
O Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, registrou crescimento de 0,1% em março quando comparado ao mês anterior. Essa alta foi puxada pelo setor de “Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática”, que apresentou crescimento de 1,3% no período. Em sequência estava o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes”, com […]
Inteligência emocional: prioridade em 50% dos processos seletivos
Metade dos trabalhadores precisará desenvolver novas habilidades para acompanhar as mudanças do mercado
‘A Justiça do Trabalho tem aplicado o entendimento do STF, mas a pejotização tem limites’
Segundo a advogada Zilma Ribeiro, a Justiça do Trabalho aplica o entendimento do STF com relação à pejotizações, mas que declara vínculo de emprego quando encontra fraudes.
Inflação desacelerou para todas as faixas de renda em março
Segundo o Ipea, para a classe de renda muito baixa, recuo foi de 1,59% para 0,56%
Saúde mental: afastamentos aumentaram 134% no Brasil
Norma do Ministério do Trabalho exige que empresas cuidem de empregados a partir de maio