Número de fraudes financeiras cresceu 28% no último ano

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Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)
Código binário (Foto: Carsten Mueller/Freeimages)

Em 2020, o volume de tentativas de fraudes no comércio eletrônico no Brasil aumentou quase 54% na comparação com 2019, segundo dados da Clearsale. Considerando segmentos como comércio eletrônico, mercado financeiro, telecomunicações, entre outros, foram analisados 106 bilhões de transações digitais, identificou 3,5 milhões de tentativas de fraude. A pesquisa também mostra em quais dias da semana as fraudes em vendas virtuais são mais comuns. Em 2020, as quartas-feiras foram os dias que mais registraram tentativas de fraudes, respondendo por quase 17% do total, seguidos de perto por terça e quinta-feira. Já o período do dia em que os golpes mais aconteceram foi no intervalo entre 14h e 19h.

As compras virtuais e a adesão aos meios digitais avançaram na pandemia, assim como as fraudes financeiras ocorridas na internet nos últimos 12 meses. Foi isso que registrou a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O aumento foi significativo, de 28% em relação ao período anterior. 59% dos brasileiros, ou o equivalente a 16,7 milhões de pessoas, foram vítimas de fraude. Em 2019, 46% haviam sofrido com o problema. O valor médio do prejuízo foi de R$ 512,40. Entretanto, 20% das vítimas revelam que perderam mais de R$ 800. Somado, o prejuízo decorrente das fraudes financeiras na internet e os gastos para reparar o problema chegou a R$ 2,7 bilhões nos últimos 12 meses.

De acordo com levantamento da Loures Consultoria, 7,3 milhões de brasileiros fizeram uma compra virtual pela primeira vez na vida durante a pandemia; 46% inclusive chegaram a substituir as compras físicas pelas via internet. Já segundo a quinta edição do Observatório Febraban, a pandemia contribuiu para o atendimento bancário digital: 60% dos pesquisados passaram a utilizar mais os canais virtuais de seus bancos e descobriram o que é conta digital e como ela pode facilitar o dia a dia.

Idosos são, historicamente, as maiores vítimas de golpes bancários, e que a presença deste grupo na internet cresceu: 97% dos idosos brasileiros acessam a internet, segundo a CNDL e o SPC. A Febraban afirma que houve um aumento de 60% nas tentativas contra essa população durante a pandemia.

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O Brasil está no topo do ranking de países em vazamentos de dados de cartões, segundo dados da consultoria Axur. Cerca de 45% dos cartões vazados em 2020 foram brasileiros.

De acordo com o estudo, a maioria das vítimas são mulheres da classe C na faixa de 39 anos, com Ensino Médio completo. Lojas e empresas são a principal fonte das cobranças fraudulentas, com 44% dos casos relatados pelas vítimas. Na sequência, aparecem bancos e financeiras (26%) e serviços de TV por assinatura e/ou internet (24%). Com menor frequência, telefonia fixa ou móvel (9%) e serviços de luz (6%) e água (3%) também são reportados.

Entre as fraudes financeiras, as mais comuns são adquirir um produto ou serviço e não o receber (41%) e aquisição de produtos ou serviços que chegam diferente das especificações do vendedor (41%). A fraude por meio de cartão de crédito clonado é a segunda no ranking das fraudes financeiras (24%). Adotar medidas de proteção é muito importante, mas nove em cada 10 consumidores ainda têm dificuldades para se proteger contra esse tipo de fraudes. As sequelas vão além do prejuízo financeiro: 57% dos brasileiros não conseguem resgatar todo o valor. As vítimas também podem ser incluídas no cadastro de devedores e também relatam estresse, depressão, ansiedade e outros problemas psicológicos decorrentes do crime.

Outra pesquisa, da Kaspersky, mostra que quase um terço das organizações brasileiras (31%) tiveram problemas com incidentes de phishing ou ataques de engenharia social no último ano – sendo que 12% dos respondentes afirmaram que o ataque resultou em vazamento de dados.

O levantamento mostra que cerca de nove em cada 10 violações de dados corporativos na nuvem (88% em PMEs e 91% grandes corporações) acontecem devido a técnicas de engenharia social contra funcionários da empresa-cliente. Além disso, a empresa detectou que tentativas de acesso remoto ilegais ultrapassam 373 milhões no Brasil em 2020.

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