O alt Rei Midas

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Temos interessante disputa entre os apoiadores do Governo Temer: qual candidato ficará com o incrível legado do presidente. Pois assim estão Rodrigo Maia e Henrique Meirelles, disputando a Reforma da Previdência, tão popular que garante a Temer espantosos 2% de aprovação dos brasileiros. Não só a tunga nos aposentados, claro. Há também o desemprego, a falência dos estados e municípios, a entrega dos bens naturais e das empresas nacionais… a lista é grande.

Talvez a disputa se dê não pela quantidade, mas sim pela qualidade desses 2%; neles se incluem, presume-se, os que mais estão ganhando e que mais recursos têm para bancar a campanha de Maia ou Meirelles. Porém, com uma economia patinando, e um desemprego que não diminui, os financiadores buscam desesperadamente alternativas, pois dinheiro, apenas, não resolve. Ainda que a direita, ou conservadores, como queiram, no final fique unida, há que se ter alguém com mínima densidade eleitoral. Com esse legado, algo impossível.

 

A força do Estado

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Em entrevista ao El País, Ha-Joon Chang, professor de economia da Universidade de Cambridge, uma vez mais detona os chavões neoliberais. “Cingapura é hoje o exemplo mais bem-sucedido de um país com desenvolvimento pragmático e não ideológico. Quando lemos sobre Cingapura no The Wall Street Journal e na revista The Economist sempre ouvimos falar da política de livre comércio e o acolhimento positivo que o país tem com o investidor estrangeiro. O que é verdade. Mas não se fala que 90% das terras do país são de propriedade do governo; 85% das casas são de propriedade do governo; e 22% do PIB é produzido por empresas públicas.”

Já sobre a incensada Coreia do Sul, lembra o sul-coreano Chang que depois da crise asiática de 1997 o país abraçou o neoliberalismo, “não tanto como os países da América Latina, mas desregulamentou o mercado financeiro e alavancou políticas industriais”. O resultado, explica, é que uma economia que costumava crescer 6%, 7%, 8% até 1990, agora está sofrendo para crescer 3%. Outro efeito foi a queda no elogiado sistema educacional. “A mobilidade social caiu muito nos últimos anos, porque as políticas educacionais deixaram de ser coordenadas com políticas industriais”, diagnostica o professor.

 

Gringo no samba

A plataforma de compra e venda de ingressos StubHub, ligada ao eBay, identificou que, entre 2016 e 2018, a participação de estrangeiros no total de ingressos vendidos para o Carnaval brasileiro quase dobrou, de 29% para 54%. A fatia de chilenos nas vendas quadruplicou, crescendo de 2% para 9%. A de norte-americanos triplicou (de 2% para 6%), e a de franceses dobrou (de 4% para 8%).

Os principais compradores estrangeiros do Carnaval brasileiro, contudo, são os argentinos, que representam 12% das vendas. Os desfiles no Sambódromo do Rio de Janeiro representam 84% das vendas de 2018, enquanto os de São Paulo, os 16% restantes.

 

Visão distorcida

Pobre país em que 47% elegem o combate à corrupção como principal item na lista de prioridades do futuro presidente da República, superando saúde (39%), educação (33%), segurança pública (32%) e geração de empregos (29%). Este resultado aparece na pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

 

Ditadura

Não há qualquer relação entre a “austeridade fiscal” exigida pelos credores – e entregue pelo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras – e a restrição ao direito de greve no país.

 

Debaixo do tapete

MP, PF e Justiça continuam dando munição aos que acusam as instituições de perseguição ao Partido dos Trabalhadores. Mais recente, o indiciamento de Fernando Haddad, em São Paulo, estado em que abundam denúncias de corrupção contra tucanos, mas são raras, ou inexistentes, as investigações.

Estão aí o tremsalão, o escândalo das merendas, direcionamento de licitações no metrô, delações da Odebrecht etc. etc.

 

Rápidas

A AstraZeneca anunciou Marcelo de Holanda como seu novo diretor da Unidade de Negócios de Oncologia no Brasil *** A Marisa está com inscrições abertas para estágio em 2018, para alunos de Estatística, Economia, Engenharia e Matemática. As inscrições podem ser feitas até 23 de janeiro pelo e-mail [email protected] *** A Fiesp divulga nesta quarta-feira o Índice de Nível de Emprego de dezembro e o balanço do ano.

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