Saúdo os economistas pela passagem recente do dia escolhido para saudá-lo, 13 de agosto, com a palavra que é uma das suas favoritas: austeridade! Ou seria austericídio? Saúdo sobretudo pelo fato de, neste ano, não ter “neymariado” numa sexta-feira, o que a tornaria ainda mais sinistra.
Se Freud fosse perder tempo com isso, diria que os economistas têm inveja… das ciências exatas.
A economia seria um discurso teórico de cunho científico ou uma prosopopeia? Uma coisa ou outra, no entanto, não faz de todos os economistas seres humanos repelentes.
Alguns não são más pessoas, mas são vistos em cada má companhia (de tabaco, de agrotóxicos etc.)…
‘Enola Gay’
Em 6 de agosto de 1945, tendo encontrado tempo ruim para um voo necessariamente visual, o Enola Gay, nome dado à superfortaleza voadora B29, da US Air Force (Força Aérea norte-americana) tinha dois alvos, Kokura e Hiroshima.
Pelas condições climáticas inadequadas (chuva e nevoeiro), que comprometiam a visibilidade, o comandante da missão, coronel Paul Tibbets, recolheu a aeronave e sua carga, chamada carinhosamente de “Little Boy”, substituiu o primeiro alvo (Kokura) por Nagasaki.
Deixou para 9 de agosto de 1945, data limite fixada para o final das operações, o bombardeio de Nagasaki, à espera de melhores condições climáticas. O coronel Tibbets escolheu a aeronave e batizou-a com o nome da própria mãe, Enola,
Por sua vez, “Little Boy” foi o melhor nome que encontraram para denominar a primeira bomba atômica que seria utilizada para atingir populações de cidades inteiras, sem importância como objetivos militares, como quem escolhe as condições mais propícias para um piquenique ao ar livre com a família.
Que tipo de gente atribui o nome da própria mãe a uma superfortaleza voadora B29, com o encargo de transportar e lançar bombas atômicas sobre populações civis?
Em Hiroshima, a expectativa era da morte imediata de 150 mil pessoas e em Nagasaki, de 90 mil pessoas, com agravantes severos, como os de cidades inteiramente civis, sem instalações militares, sem nenhum anúncio prévio que permitisse uma evasão.
Tão despropositado o bombardeio, que a mudança de um dos alvos foi ditada pela condições do clima e não por estratégia militar.
Betinho e a economia
O que pensava Herbert de Souza, o Betinho, sobre a importância da economia, como ela é praticada na sociedade? “Um país não muda por sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência; muda sim por sua cultura.”
Herbert José de Souza, o Betinho (3 de novembro de 1935;Bocaiuva/MG; 9 de agosto de 1997; Rio de Janeiro/RJ), sociólogo e ativista dos direitos humanos, concebeu e dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida.
Contribuiu muito para a tomada de consciência em relação à ética nas práticas cotidianas da política, da ciência e das práticas empresariais. É o criador do modelo brasileiro de balanço social, em todas as suas expressões (grandes empresas, MPE, cooperativa etc.).
Brasil: a independência… das mulheres
“Economistas? Não discuta com eles. Contrate-os.” Assim Hazel Anderson se referiu aos economistas, ela sueca, economista profissional de mercado, futurista e ambientalista, radicada nos EUA. Faleceu em 25 de maio de 2002, deixando uma legião de seguidores. A relação de mulheres luminosas, que se incluem no lado crítico da economia política, cresce a cada dia.
Sabe-se hoje que se há um responsável pela independência política do Brasil é ela… a princesa regente (Pedro, o imperador deixou o encargo para D. Leopoldina, já que precisou fazer uma viagem a São Paulo. Durante a viagem de Pedro, a regente redigiu a própria Declaração de Independência, com o auxílio luxuoso do patriarca José Bonifácio, que, pela facilidade com idiomas, fazia o meio de campo com nações amigas, com vistas ao reconhecimento da nova nação. Não é despropositada a estátua erguida em sua homenagem, no coração de New York, como quem vai atravessar a rua para chegar aos banheiros públicos do belo Bryant Park).
Curiosa situação resultante. A família real portuguesa vem para o Brasil para evitar Napoleão que, por sua vez, derrota a Áustria, de onde veio a regente (filha do imperador Francisco I) que se torna a principal incentivadora da independência da ex-colônia.