A criação de bancos estatais está na pauta de pelo menos sete estados… nos Estados Unidos. Flórida, Oregon, Illinois, Califórnia, Washington, Vermont e Idaho podem seguir o exemplo do Banco de Dakota do Norte, informa o boletim eletrônico Resenha Estratégica. Único banco estadual existente no país, o foi fundado em 1919, na esteira de um generalizado descontentamento popular com os grandes grupos industriais e financeiros da época. Não por acaso, Dakota do Norte foi um dos dois únicos estados do país, junto com Montana, a não ter déficit orçamentário em 2009; foi o único estado a aumentar a oferta de empregos em 2009. Desde 2000, o PIB estadual cresceu 56%, os salários aumentaram 34% e a renda per capita, 43%.
Bater Wall Street
As propostas de criação de bancos estaduais nos EUA foram apresentadas por candidatos aos governos e assembléias legislativas às eleições de novembro próximo. O prefeito de Lansing (Michigan), Virg Bernero, pré-candidato democrata ao governo estadual, denuncia que centenas de projetos geradores de empregos estão paralisados porque não conseguem financiamento bancário. “Nós podemos romper esse aperto creditício e bater Wall Street no seu próprio jogo, mantendo o nosso dinheiro aqui em Michigan e investindo-o para reparar a nossa economia e criar empregos”, disse Bernero.
A Assembléia Legislativa do Estado de Washington também discute um projeto de lei para a criação de um banco estatal. O mote é o mesmo: colocar o sistema financeiro para financiar a produção, como nos velhos e bons tempos.
Privatização
O que diriam o tucanato, Marcello Alencar ou Mário Covas?
Vizinhos chineses
A China segue avançando na América Latina. Nesta quarta-feira, o presidente do Uruguai, José Mujica, inaugura, em San José, região metropolitana de Montevidéu, uma linha de montagem dos automóveis da Lifan, uma das maiores companhias privadas chinesas. A unidade recebeu investimentos de US$ 6,5 milhões e tem capacidade para produzir 5 mil veículos por ano numa primeira etapa. Desse total, 85% serão exportados para o Brasil, a partir de maio, e 15% serão destinados ao mercado interno uruguaio. O empreendimento tem como parceira a Ever Eletric, do mesmo grupo da Effa Motors e representante exclusivo da Lifan no Brasil.
O nosso papel
Embora pequeno, principalmente, quando considerado o montante das reservas chinesas, o empreendimento no Uruguai reafirma que, atento ao derretimento do dólar e à crescente perda de importância relativa da moeda dos Estados Unidos como reserva de valor, o gigante asiático vem dando sequência a sua estratégia de trocar parte de reservas ao redor de US$ 2,4 trilhões por investimentos estratégicos fora do país e pela ampliação do mercado interno do país. Cabe ao Brasil definir se, diante da ampla carteira de investimentos diretos externos da China, vai se dispor a parcerias estratégicas para o interesse nacional ou se contentar em ser mero fornecedor de matérias-primas e alimentos para a locomotiva chinesa.
Compra local
Quinze mil visitantes e R$ 95 milhões em contratos são esperados nos três dias do 8° Encontro de Negócios do Grande Rio, que a regional de Caxias da Firjan realizará entre 8 e 10 de junho. O lema é “O Rio compra no Rio” – e não se deve esquecer que fica na cidade da Baixada Fluminense a refinaria Reduc, da Petrobras, uma das patrocinadoras do evento, junto a multinacional alemã Bayer. O evento contará com estandes de cerca de 100 empresas.
Atraso fantasiado
Apesar do forte déficit de representatividade, os manifestantes que tentaram, em vão, adiar o leilão da Hidrelétrica de Monte Belo receberam generosa cobertura da imprensa tupiniquim e internacional. Nem um jornalista ou veículo presente a esses happenings midiáticos, no entanto, deu-se ao trabalhar de perguntar a esses ambientalistas seletivos quantos protestariam se, alcançado o objetivo de barrar o maior investimento brasileiro das últimas décadas, o Brasil se vir obrigado a aumentar a participação das poluentes termelétricas na nossa matriz energética.