Crescem, de forma proporcional, artigos sobre golpe no Brasil em tradicionais publicações estrangeiras e as matérias na mídia local se esforçando para negar as denúncias. Jornais como The New York Times, The Guardian, El País e tantos outros têm publicado não somente opiniões de colunistas que classificam o que está em curso no Brasil como golpe, como também editoriais e reportagens (que, ao contrário das que ocupam os jornais locais, não são editorializadas) mostram, no mínimo, preocupação com a legalidade do processo de destituição de Dilma Rousseff.
O que poderia levar a mídia internacional a essa posição? Acreditar que é articulação do PT é risível. Ao contrário, destituir governos que não demostram total subserviência ao império é prática que está ocorrendo em toda a América Latina. Ainda que não o principal, um dos fatores é a inconsistência da argumentação pró-impeachment. Como justificar a deposição de uma presidente com a acusação de que teria cometido burla no orçamento fiscal, tendo como pano de fundo acusações de propina no governo, se o vice-presidente que se prepara para assumir o poder assinou decretos com o mesmo teor, e sobre cujo partido pesam iguais ou piores acusações de suborno? Com o agravante que não há nada diretamente contra Dilma, o que não ocorre com Michel Temer, acusado de operação ilegal com combustíveis.
O fato é que, lá fora, a imagem do Brasil está ficando desgastada, e não é pela ação do governo, mas pelo processo de impeachment, que deixa o país com jeito de republiqueta latina.
Ofensiva midiática
Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, mandou mensagem à presidente Dilma Rousseff em que afirma estar alarmada em “ver a estabilidade democrática de sua pátria ameaçada”. “Nos violenta que hoje, sem juízo nem provas, servindo-se de uma ofensiva midiática que já decretou a condenação, se intente demolir sua imagem e seu legado, ao mesmo tempo em que se multiplica o empenho para reduzir a autoridade presidencial e interromper o mandato que entregaram nas urnas os cidadãos.
A postos
O economista Paulo Rabello de Castro, em correspondência a amigos, diz que, se convocado à guerra (possível Governo Temer) aceitará, a menos que cercado por tipos descritos como “velhacos e canalhas”. Diz que levará na mala a Agenda do Resgate do Brasil, e mostra preocupação com um cenário 2017/18, a começar pela a variação do PIB real no período e o impacto na mídia.
Um dos interlocutores diz ser impossível traçar tal cenário, por tão conturbado o período, e recomenda a Castro que só vá para Brasília em um governo após as eleições de 2018. No quadro atual, ele teria o mesmo destino de Joaquim Levy.
Água salgada
Leitor da coluna, cliente da Prolagos – empresa de abastecimento que atua na Região dos Lagos fluminense – tem sérias queixas não só de conta em valor exorbitante apresentada pela companhia, como também pela falta de resposta a suas reclamações. A conta do consumidor referente a dezembro do ano passado veio com a cobrança de 64m³, mas seu histórico de 46 anos mostra o consumo na faixa mínima, pois o imóvel, em Cabo Frio, é de veraneio.
Possível vazamento na cisterna de 10 mil litros levaria a uma inundação da rua, pois a quantidade equivaleria a cinco caminhões-pipa. A concessionária, depois de longa demora, vistoriou a residência, mas não comunicou o que apurou.
Pedalada?
Continuando na água do Rio de Janeiro, outra concessionária, a estatal Cedae, tem uma exótica forma de cobrança. O consumo é medido por faixas, cada uma com uma tarifa, que sobe à medida em que aumenta o gasto. A menor tarifa é até 20m³. Quem consome 25m³, por exemplo, pagaria um valor até o limite mínimo e uma tarifa maior pelos 5m³ restantes. Não para a Cedae, que cobra, por exemplo, 19m³ na primeira faixa, e 6m³ na seguinte, aumentando a conta final. Em alguns meses, se dá o inverso. Outras concessionárias, como a Águas de Niterói, na cidade vizinha, fazem a cobrança sem este sistema.
Rápidas
As concessões e as Parcerias Público-Privadas (PPP) são tema do Seminário Concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) – Ampliação das Oportunidades de Negócios, nesta terça-feira, no SindusCon-SP (Rua Dona Veridiana, 55 – Santa Cecília) *** A Rede de Hotéis Othon passa a oferecer aos hóspedes internet gratuita em todas as unidades nacionais e internacionais. “Decidimos investir, ainda mais, para que nossos clientes possam se conectar à internet com velocidade e usufruir de boa cobertura”, afirma Fernando Chabert, diretor-superintendente *** O Berkman Center, ligado à Harvrd University, realizará no Rio de Janeiro, de quinta a sábado, a conferência “Racismo e discurso de ódio na internet: narrativas e contra-narrativas” (http://migre.me/tsmS4). O encontro reunirá especialistas do Brasil, Colômbia e Estados Unidos. No evento também serão lançadas as bases de um projeto de pesquisas que o Centro Berkman pretende estabelecer no Brasil, de forma colaborativa. Será no Windsor Guanabara Hotel (Av. Presidente Vargas, 392 – Centro). No sábado, ocorre a Oficina de Tecnologia, em Botafogo (http://migre.me/tsmPF).