O lado menos sombrio da crise

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Queda da importação maior que a da exportação gera superávit histórico

Brandão: recorde é fruto da retração da economia
Brandão: recorde é fruto da retração da economia

A balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 28,23 bilhões de janeiro a julho deste ano. O resultado é o melhor para o período em toda a série histórica, iniciada em 1989. Antes, o re-corde era o superávit de US$ 25,19 bilhões registrado para o período de janeiro a julho de 2006. No mês de julho, a balança também ficou positiva, com superávit de US$ 4,578 bilhões. O resultado supera em 91,9% o saldo positivo de nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O recorde no saldo da balança comercial, contudo, ocorreu por uma combinação entre a queda nas importações, devido à contração da economia, e a competitividade do Brasil na exportação de commodities (produtos básicos com cotação internacional), cujos preços começam a dar sinais de estabilização após um período de derrocada.
O diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, disse que a conjuntura que permitiu o superávit atual é diferente da que havia então. “O saldo comercial recorde de 2016 é fruto de uma redução da exportação de cerca de 5,6% e redução da importação de 27,6% (no acumulado do ano). As quedas têm motivos distintos. A importação está extremamente ligada à produção nacional. Importamos principalmente insumos. Já a queda da exportação está ligada à redução (dos preços) das commodities, embora o Brasil seja muito competitivo e continue aumentado as quantidades embarcadas”, explicou Brandão.
O superávit histórico em sete meses veio após o Brasil registrar recorde no saldo comercial também para o primeiro semestre. Para o ano, a equipe econômica projeta superávit entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões. O país pode, portanto, superar o recorde anual de 2006, quando houve superávit de US$ 46,4 bilhões.
Segundo Brandão, a queda dos preços das commodities está desacelerando e, em julho, houve inversão do movimento para duas, a soja e o açúcar bruto, cujo preço subiu. “Ainda é incipiente, mas já são boas notícias”, afirmou. Por outro lado, os volumes embarcados pelo Brasil, que vinham batendo recordes, também começam a crescer menos.

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