O Planeta Vivo – Gaia

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Em prosseguimento a nossas colunas, vamos recordar da importância do Planeta Vivo, como temos insistido em fixar nossos entendimentos sobre os cuidados permanentes e incansáveis para a conservação da natureza. Nosso planeta tem sofrido constantes devastações provocadas pelo próprio homem, e na verdade estes atos evidenciam desleixo com o Ser mais importante para nossa existência: a própria Terra. Nós sentimos um impacto de um planeta que está doente, afetado na estabilidade social econômica e climática, na segurança alimentar e hídrica e sofre cada vez mais com a degradação ambiental. Como um alerta, estamos reapresentando um texto que ratifica a nossa preocupação para que seja conservada com todos os valores proporcionados pela natureza.

E assim nos expressamos por considerarmos que pulsa na Terra um coração, circula o sangue em suas veias, respira às vezes em ritmo lento, em outras ocasiões em ritmo bem agitado. Será que esta imagem um tanto quanto onírica não poderá ter algum fundamento ainda mais quando começamos a ter consciência que a vida tem muitos mistérios sendo que alguns a própria vida nos revela? Na verdade, não seremos os únicos a abraçar esta ideia da existência de vida própria. Muito se tem narrado em citações e trabalhos científicos sobre a hipótese de se considerar o planeta Terra poeticamente denominado de Gaia, como ser vivo. Esta hipótese, denominada de Biogeoquímica, entende que a biosfera e os componentes físicos da Terra, ou seja, atmosfera, eriosfera, hidrosfera e litosfera, formam um sistema integrado que conservam as condições climáticas e biogênicas, daí a se considerar, hipoteticamente, que a Terra é um organismo vivo, muito mais que uma pedra inerte e perdida no espaço sobre a qual vivem as espécies animais.

Em excelente trabalho, Leonardo Boff, teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, demonstra a aceitação das ideias da Terra como um Planeta Vivo, tendo nos contemplado com a notável imagem: “A vida não está apenas sobre a Terra e ocupa uma pequena parte dela, a biosfera; a própria Terra, como um todo, se revela como um macro-organismo vivo. Ela possui um equilíbrio tão sutil em seus elementos físico-químicos, como oxigênio e o carbono, que somente o ser vivo pode ter.” Da mesma forma, a salinização dos oceanos, o regime de chuvas e secas, a direção dos ventos e das correntes marinhas – tudo forma um sistema de equilíbrio sutilíssimo que perdura e se renova a milhões de anos, tornando as condições gerais propícias para a vida.

O que as mitologias dos povos originários do Oriente e do Ocidente testemunhavam acerca da Terra como a grande mãe – a mãe dos mil seios para significar a sua indescritível fecundidade – vem mais e mais sendo confirmada pela ciência experimental avançada. Ela tomou uma deusa grega, Gaia, como imagem para expressar o fato de que a Terra é viva e mãe de todos os viventes. É fácil se concluir não haver exagero naqueles que afirmam que o comportamento do Planeta diante das ações do Homem seria uma reação deste organismo vivo, que bem reflete os males que lhes são causados, por exemplo, pelas excessivas emissões de gás carbônico, desmatamento descontrolado, utilização inadequada do solo, entre outros.

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Cada vez mais se aperfeiçoa a ideia de que devemos modificar radicalmente o comportamento aqui na Terra não exaurindo seu potencial e nem desequilibrando sua estrutura. Justamente quem vai ser mais atingida é a própria raça humana, que poderá inclusive ser extinta, tendo os dias contados no planeta. Frequentemente vemos ou ouvimos falar de situações de destruição ao meio ambiente e desperdício dos bens naturais. Que essas lições nos sirvam de exemplo para um melhor relacionamento com o nosso planeta em 2018.

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