O presidente da Itália visita o Brasil

Visita do Presidente da Itália ao Brasil: acordos econômicos e culturais e investimentos estratégicos no setor energético. Por Edoardo Pacelli.

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Presidente da Itália, Sergio Matarella, visita o Brasil
(240715) -- BRASILIA, 15 julio, 2024 (Xinhua) -- El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva (d), estrecha las manos del presidente italiano, Sergio Mattarella (i), después de otorgarle la Medalla de la Orden de la Cruz del Sur, en el Palacio de Planalto, en Brasilia, Brasil, el 15 de julio de 2024. Lula da Silva y Mattarella coincidieron el lunes en su interés por concluir el acuerdo comercial entre el Mercado Común del Sur y la Unión Europea. (Xinhua/Lucio Tavora) (lt) (ah) (ce)

A visita ao Brasil do presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, destaca, ao contrário, a importância de um sistema-país que saiba combinar as necessidades institucionais com as econômicas, como destacou a presença de Flavio Cattaneo, CEO da Enel, na delegação que se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um acordo bilateral que selou um belo trabalho diplomático, permitindo o restabelecimento de uma relação entre o grupo industrial energético italiano e a administração brasileira, que apresentava alguns sinais de fragilidade nos últimos anos.

O precioso trabalho do Quirinale seguiu-se ao trabalho realizado pelo primeiro-ministro durante o recente G7, em Borgo Egnazia, quando a primeira-ministra Giorgia Meloni convidou Cattaneo para a reunião ítalo-brasileira com o próprio Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Uma abordagem do primeiro-ministro já vista na elaboração do Plano Mattei para a África, onde as principais empresas industriais italianas são protagonistas diretas da geopolítica nacional.

No Brasil, especificamente, a trajetória coordenada público-privada permitiu recuperar uma relação histórica e estratégica. Um trabalho que deu certo, como demonstram os enormes investimentos nas atividades energéticas brasileiras, que o plano industrial Enel 2024-26 prevê, o primeiro da nova cúpula, que passa de US$ 2,5 bilhões para US$ 3,7 bilhões.

O acordo firmado por Cattaneo com o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, certifica a intenção do grupo industrial de investir na formação de novos profissionais locais no setor da transição energética.

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Além disso, como reconheceu o presidente Lula, durante entrevista coletiva conjunta com Mattarella, a Itália representa um parceiro privilegiado do Brasil no setor energético. “Os parques eólicos e fotovoltaicos das empresas italianas e o seu interesse no hidrogênio verde mostram o potencial a ser explorado nesta área. Um exemplo é o investimento de mais de R$ 2 bilhões no parque eólico Aroeira, na Bahia, construído pela Enel.” Um posicionamento que Mattarella não pretendia perder.

Do ponto de vista prático, já se obteve importante resultado no que concerne à carteira de habilitação de motorista, que será reconhecida por ambos os países.

Em um encontro caloroso, o presidente Mattarella se reuniu, no dia 16 de julho, com líderes e empresários ítalo-gaúchos, reafirmando a união e o afeto entre a Itália e o Rio Grande do Sul, manifestado, igualmente, pelo envio de material em prol da população gaúcha atingida pelas recentes calamidades.

No Rio de Janeiro, Mattarella inaugurou, na Biblioteca Nacional, a exposição Rio: Nova Roma, Alianças Culturais, 150 anos da imigração italiana. O local foi iluminado, remotamente, por Elettra Marconi, filha de Guglielmo Marconi, inventor do rádio, que, sempre remotamente, de Roma, iluminou o Cristo Redentor em 12 de outubro de 1931

Edoardo Pacelli é jornalista, ex-diretor de pesquisa do CNR (Itália), editor da revista Italiamiga e vice-presidente do Ideus.

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