A entrada direta dos Estados Unidos – sem o proxy israelense – nos ataques ao Irã levantou vozes de alerta para o risco de uma Terceira Guerra Mundial. Os avisos vêm de líderes como Vladimir Putin, ou artigos como do Instituto Schiller (“Haverá fogos de artifício termonucleares para o 4 de Julho?”) e aqui no Monitor Mercantil (“A Terceira Guerra Mundial em etapas”). A desculpa de que se quer barrar o desenvolvimento de artefatos nucleares no Irã não engana; o que se pretende é o controle total do Oriente Médio, tendo como objetivo central a contenção da China.
“A força motriz por trás desses eventos não está no ‘Oriente Médio’. Está na mudança global do poder econômico, que está se afastando das nações falidas da ‘Anglosfera’ transatlântica da Otan, habitadas pelo ‘trilhão dourado’, para os outros 7 bilhões de pessoas no mundo, representadas pelas nações do Brics (…) A intenção do Partido da Guerra é usar os Estados Unidos, outrora uma nação anti-imperialista, como um aríete contra os Brics, começando pelo Irã”, escreve Helga Zepp-LaRouche, fundadora do Instituto Schiller. O Irã se juntou aos Brics em 2024, após aprovação na Cúpula de 2023, na África do Sul.
Os primeiros mísseis israelense foram disparados pouco depois do lançamento da nova rota ferroviária da China para o Irã, em 25 de maio. Parte da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, sigla em inglês), essa ferrovia permitirá tráfego de bens e matérias-primas entre a Ásia e Sul da Europa. O Irã assume posição central no intercâmbio entre China, Índia e Rússia.
“Ao quebrar sua promessa de manter os Estados Unidos fora da guerra, o presidente Donald Trump caiu nas garras da política do Partido da Guerra”, critica Helga Zepp-LaRouche. Recentemente, o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, escreveu a Trump: “Nenhum presidente em minha vida esteve em uma posição como a sua. Não desde Truman, em 1945.” Truman foi o presidente estadunidense que ordenou o lançamento de bombas atômicas no Japão.
A situação é agravada por um presidente dos EUA instável e sujeito a cumprir o papel que lhe entrega o “establishment”, ou Partido da Guerra, se preferir. É hora de levantar a bandeira da paz contra a Terceira Guerra Mundial.
Falta a punição
O MP de São Paulo cobra da Prefeitura atuação contra construtoras que receberam benefícios fiscais para oferecer imóveis para pessoas de renda mais baixa e utilizaram para vender apartamentos de até R$ 1,5 milhão (deve ser para pobres milionários). Para ter direito ao benefício, basta a autodeclaração.
Também autodeclaratório é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que permitiu o registro de propriedades até dentro de rios.
Nada contra a autodeclaração, como utilizada em outros países, desde que acompanhada, como é lá fora, por multas polpudas e uma temporada atrás das grades para quem mentir.
Rápidas
Médicos Sem Fronteiras (MSF) debate “Humanidade em Ruínas: Relatos de Gaza”, na próxima quinta-feira, 9h, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no RJ. Entrada gratuita *** De quarta a sexta-feira, o Centro de Convenções Frei Caneca (SP) receberá a edição 2025 do AMWC Brazil — Aesthetic & Anti-aging Medicine World Congress. O cirurgião plástico Eduardo Sucupira, membro titular da SBCP e do CBC, será um dos presentes. Mais informações aqui *** Marcelo Senise fará palestra sobre o jogo por trás da política no Compol Brasil, quinta, em Florianópolis.