Quando projetamos, junto com o time da Cristalcopo, um projeto de sustentabilidade, a primeira grande questão que surgiu foi: a ideia é boa, as tendências irão impulsionar, mas como viabilizá-lo? Era 2019, e nós tínhamos em mãos muitas informações e movimentos que refletiam a onda de questionamentos sobre a indústria de transformação de plástico e produtos de uso único. O que fazer com essa realidade que se apresentava para nós?
A partir disso, junto com um time de pessoas comprometidas e consultorias estratégicas, criamos o Recicla Junto. Neste texto, gostaria de compartilhar o nascimento de um projeto sustentável e reforçar, com uma experiência real, que projetos desse tipo só nascem de forma coletiva desde sua gestação.
A implementação de práticas de ESG e economia circular enfrenta diversos desafios práticos. Desde a gestão de equipes capacitadas até a disponibilidade de mão de obra qualificada, as empresas precisam superar obstáculos significativos para viabilizar projetos sustentáveis. Ainda lidamos com um ecossistema em formação: estamos no começo de um movimento profissionalizado, saindo de ações individuais para grandes ações coordenadas. Esse salto de sair do papel para a prática exige uma série de processos.
Para as empresas, a falta de conhecimento especializado e a resistência a mudanças nos processos tradicionais são barreiras comuns. No entanto, as marcas estão se mostrando cada vez mais colaborativas, investindo em treinamento e no desenvolvimento de competências específicas para suas equipes de projetos sustentáveis.
Um exemplo prático do que discutimos aqui foi a ação articulada pelo Recicla Junto, em parceria com outras marcas, durante a 28ª Maratona Internacional de São Paulo. Foram distribuídos 480 mil copos de água para a hidratação dos atletas, e realizamos o recolhimento dos resíduos plásticos. Posteriormente, esses resíduos foram direcionados a uma empresa especializada, que os transformará em caixas organizadoras, completando o ciclo correto das matérias-primas.
Quando unimos marcas, pessoas e empresas, a sustentabilidade acontece. Por meio da articulação entre diferentes setores, é possível construir um futuro mais sustentável e eficiente. As empresas que se comprometem com essas práticas não apenas contribuem para um planeta mais saudável, mas também fortalecem sua reputação e se posicionam como líderes em responsabilidade social.
O caminho é desafiador, mas, com colaboração e dedicação, a transição para um modelo de negócios mais sustentável se torna uma realidade possível. Afinal, ser sustentável é uma prática, não apenas uma ideia.
Augusto Freitas, fundador do Recicla Junto e CEO da Cristalcopo