O sol como aliado

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Painéis de energia solar em telhado, geração distribuída
Painéis de energia solar em telhado (Foto: José Cruz/ABr)

Os planos para redução de emissões de carbono contam com a certeza da existência de uma fonte inesgotável de energia: o sol. Além disso, a utilização da conversão fotovoltaica de energia habilita uma estratégia de longo prazo para resolver a alta volatilidade dos custos de geração de energia elétrica de outras fontes, como a hidráulica que impacta o Brasil. A crise energética e a imprevisibilidade dos preços da energia afetam a economia e o setor produtivo, tornando-se as principais preocupações dos empresários e investidores.

A energia solar de fonte limpa, renovável e sustentável, deve substituir as fontes com base em combustíveis fósseis, contribuindo com a melhora das condições climáticas no planeta. O Governo dos Estados Unidos divulgou há poucas semanas um relatório que afirma que a energia solar pode responder por 40% da eletricidade produzida no país em 2035. O documento apresenta várias medidas que os EUA devem tomar para atingir esses níveis, como a instalação de 30 GW por ano de geração de energia solar entre 2021 e 2025.

O Reino Unido também anunciou medidas nesse sentido; estabeleceu como objetivo ter uma matriz energética com 100% de energia limpa até 2035. Atualmente, o país obtém grande parte de sua energia de fontes renováveis, como a eólica e a solar, e praticamente encerrou o uso do carvão; lá, a dependência é do gás natural.

No Brasil, de acordo com o Plano Nacional de Energia (PNE 2050), do Ministério de Minas e Energia, o futuro aponta para as fontes renováveis e que reduzam a dependência da frequência de chuvas. As matrizes eólicas e solar ganham protagonismo nesse caminho. A fonte solar fotovoltaica pode atingir em 2050 o total de 90 GW, em termos de capacidade instalada, e 26 GW médios, assumindo relevância na matriz energética.

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A batalha com os preços da energia não é novidade para quem administra um negócio. As empresas planejam a compra de energia com antecedência e para isso estimam um valor. No primeiro momento, todos buscaram alternativas para reduzir o custo da energia. O próximo passo é a busca por estabilidade. Os impactos na economia já começam a ser sentidos. Somente em 2021, os preços da energia aumentaram mais de 20%, e a tendência é de continuar subindo consideravelmente acima da inflação.

O Brasil registra um consumo de eletricidade maior a cada mês; registrando 40.593 GWh, o maior valor para o mês em toda a série histórica, desde 2004. Somos o único país geograficamente grande com PIB superior a US$ 1,5 trilhão em que a penetração da energia solar em escala de utilidade é inferior a 2%, apesar de seu potencial climático excepcional para este tipo de energia renovável.

O total de instalações solares no Brasil mais que dobrou desde 2019. A demanda é alta, o mercado tem muito fôlego e a natureza nos ajuda. Se por um lado a seca provoca a crise nas hidrelétricas, por outro, existe um potencial enorme no uso da energia solar.

 

Tiago Alves e Luiz Silva são sócios da Solar Americas Capital.

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