Ano passado, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PFGN) recuperou apenas R$ 1.149.467.526,28 dos débitos contraídos com a Previdência Social. O número, que inclui pagamentos parcelados ou não, representa menos de 1% da dívida previdenciária, estimada em R$ 184.541.057.657,55 pela Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps): “Os dados são reveladores de que, nem nos próximos cem anos, a Previdência conseguiria recuperar o que lhe devem, o que agrava a capacidade de honrar seus compromissos com os aposentados”, critica o presidente da Anasps, Paulo César Regis de Souza, lamentando ainda que a Receita Federal não divulgue os dados sobre a dívida administrativa.
Dá e sobra
Para se ter uma noção do efeito da sonegação sobre o propalado “rombo” da Previdência, o presidente da Anasps observa que a dívida ativa previdenciária, de R$ 184 bilhões, equivaleu a 82% da folha anual dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) pagos em 2009, que somou R$ 224,8 bilhões.
Crise de identidade
A paixão de colunistas das editorias de Economia tupiniquim por aumentos de juros ganhou uma contribuição importante do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro. Uma carteira de identidade profissional emitida pela entidade, que custava R$ 70, passou a ser vendida por R$ 300! A título de comparação, brasileiros, jornalistas ou não, que queiram tirar passaporte pagam R$ 87. Para quem se espanta com a disparidade de preços, a diretoria alega que o novo documento é digital. Ah, bom! Mas pelo preço, parece de ouro.
Identidade nacional
A decisão do atacante Henry de pedir audiência ao presidente da França, Nicolas Sarkozy, para dar explicações sobre a vexaminosa participação da seleção do país na Copa da África do Sul confirma que, diferentemente do defendido pelos pregadores dos fim das fronteiras geográficas num mundo globalizado, os interesses nacionais continuam a ser um item fundamental na constituição das identidades dos povos.
Aqui não pode
Em tempo, Sarkosy aceitou o pedido de audiência. Já se a mesma solicitação fosse feita pela seleção brasileira ao presidente Lula, certamente, não faltariam editoriais e colunistas para sustentarem que Lula não teria mais o que fazer.
SOS Aquecimento
Diante do frio que assola o Sudeste, cariocas e paulistas encasacados apelam ao Greenpeace e ONGs afins pela volta do aquecimento global.
Velho Japão
Apesar de universidades de classe mundial, laboratórios governamentais e vários prêmios Nobel, o desempenho do Japão na pesquisa científica ficou estagnado nos últimos dez anos. Estudo da Thomson Reuters (Relatório de Pesquisa Mundial: Japão) detectou que a participação geral do país em produção de pesquisas no mundo decaiu desde 2000, de 9,45% para 6,75% em 2009. O país não está sozinho: é uma tendência entre economias maduras, que perdem espaço para nações em desenvolvimento.
Cidade Maravilhosa
Quinze personalidades receberão, dia 1º próximo, o título de Embaixador do Rio. Entre os escolhidos estão Luiza Brunet, Francis Bogossian, Leticia Spiller e Moyses Fuks. É a 12ª edição da promoção (que já agraciou, com excesso de benevolência, um dos titulares desta coluna) da Fundação Cesgranrio e Planet Work, coordenada pelo professor Bayard Boiteux. “Nosso objetivo é criar um grande time que possa divulgar, através de seu trabalho, o Rio de Janeiro”, salienta Bayard.
Bufalo na cabeça
Se é verdade que eleição é guerra e a política, uma selva, o PSOL larga forte na eleição para o governo do Estado de São Paulo. Em convenção, sábado passado, o partido escolheu Paulo Bufalo para encarar os candidatos de PT e PSDB. Ex-vereador em Campinas, Bufalo é professor e coordenador da Secretaria de Direitos Humanos do PSOL.