A Comissão de Agronegócios da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional São Paulo (OAB-SP) divulgou nota ontem em apoio à sojicultura brasileira diante das declações do presidente da França, Emmanuel Macron, que afirmou que comprar soja do Brasil é incentivar o desmatamento na Amazônia.
No documento, assinado pelo presidente Marco Tulio Bastos Martani e pelo vice-presidente Bernardo Felipe Abrão, a Comissão afirma que o produtor de soja brasileiro respeita a legislação nacional e que preza pelas boas relações com todos os países, sejam compradores, parceiros comerciais ou consumidores finais. É inadmissível que um chefe de nação faça ilações com a finalidade única de estimular a produção própria de seu país, prejudicando a imagem e a reputação de produtores que respeitam as leis do Brasil e que desempenham importante papel de abastecer o mundo com seus produtos agropecuários.
“A declaração do presidente francês, Emmanuel Macron, que afirma que a compra da soja brasileira estimula o desmatamento ilegal, é descabida de fundamentos e afronta a dignidade do produtor rural brasileiro. As maiores áreas produtoras de soja brasileiras não estão na Amazônia e se localizam em fronteiras agrícolas ou áreas anteriormente improdutivas, adaptadas com estudos e tecnologias da Embrapa e de outras entidades de pesquisa, a duras penas, para que o Brasil se tornasse um dos líderes mundiais em produtividade agrícola. Fruto do esforço coletivo, a sojicultura brasileira é competitiva e altamente produtiva, integrada às cadeias mundiais do agronegócio, merecendo ser respeitada”.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deverá colher 265,9 milhões de toneladas de grãos, ou seja, 3,5% a mais do que a temporada 2019/2020 – já considerada muito boa. Soja e milho correspondem a 89% da produção de grãos, sendo que a soja tem crescimento estimado em 3,3% (134,5 milhões de toneladas) e a produção de milho deverá ser superior a 102 milhões de toneladas. A produção total de feijão no país é de 3,1 milhões de toneladas. Quanto ao arroz, o crescimento é de 3,2% na área e a produção está estimada em 10,9 milhões de toneladas.
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