As emissões de debêntures incentivadas pela lei 12.431 somaram R$ 88,2 bilhões de janeiro a agosto deste ano, recorde para esse período na série histórica iniciada em 2012. O volume também já supera em 30,0% o montante contabilizado em todo o ano de 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Considerando apenas agosto, as empresas captaram R$ 4,6 bilhões com esse produto.
“A possibilidade de novas elevações na Selic reforça a perspectiva de que as emissões de renda fixa continuem sendo predominantes no mercado de capitais. As debêntures se destacam como instrumento mais usado pelas empresas para captar recursos e aquelas com incentivo fiscal têm um atrativo a mais para os investidores” afirma Cristiano Cury, coordenador da Comissão de Renda Fixa da Anbima.
Na análise por setor, energia elétrica segue na liderança em 2024 respondendo por 39,2% das emissões, seguido de transporte e logística (23,5%), saneamento (11,9%) e petróleo e gás (8,5%).
O prazo médio das debêntures incentivadas se manteve em 12,7 anos nesse período, o mesmo patamar observado no acumulado até julho, e segue bem acima do contabilizado nas debêntures em geral (com e sem benefício fiscal), que ficou em 8 anos no intervalo de janeiro a agosto.
Mercado incentivado
As negociações de debêntures incentivadas no mercado secundário somaram R$ 26,0 bilhões em agosto, o segundo melhor resultado mensal de 2024. No acumulado do ano, o volume chegou a R$ 179,7 bilhões, superando em 39,2% o total registrado em 2023 e acima também de todos os anos anteriores da série histórica.
As ofertas de debêntures com e sem incentivo fiscal no mercado primário atingiram R$ 27,1 bilhões em agosto, com aumento de 38,9% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O resultado elevou o acumulado de 2024 a R$ 283,9 bilhões, estabelecendo um novo recorde para o período.
