De 10 pessoas que atrasaram contas em dezembro, oito são reincidentes

Dados são da CNDL/SPC Brasil; já segundo Serasa, inadimplência no campo atinge 7,7% da população rural que atua como pessoa física

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Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)
Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)

De acordo com o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), oito em cada 10 consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada. O Indicador aponta que, em dezembro de 2024, do total de negativações, 83,09% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 59,01% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até dezembro; e 24,07% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 16,91%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

Apesar na diminuição do número de reincidentes em comparação com o ano passado, a inadimplência e o endividamento ainda são altos no país.

“Com as previsões de mais alta de juros em 2025, o consumidor precisa ter cuidado com os gastos, com os acordos que são fechados na hora de sair da inadimplência e com o tipo de crédito que toma, para que seu orçamento não seja comprimido pelos juros e acabe entrando em um efeito bola de neve”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

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O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 756,6 dias, ou seja: depois de 2,6 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta. Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em dezembro de 2024, houve uma queda de ‐13,82% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

“Apesar de todos os transtornos que trazem a negativação do nome, o consumidor precisa se organizar antes de partir para uma negociação. Não adianta comprometer o pagamento das contas básicas, porque se isso acontece os acordos têm menos chance de serem cumpridos, tornando ainda pior a situação do consumidor”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em dezembro foi da faixa de 30 a 39 anos (24,54%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 52,90% mulheres e 47,10% homens.

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em dezembro de 2024, houve queda de ‐7,30% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores. A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 91 dias a 1 ano (‐17,28%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em dezembro foi da faixa de 50 a 64 anos (22,46%).

A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 50,61% mulheres e 49,39% homens.

Em dezembro de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.669,65 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 52,58 % pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.

No último Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), foi revelado o aumento da inadimplência entre os idosos. Os dados indicam que 19,87% das pessoas entre 50 a 64 anos estão com o nome sujo, 11,77% entre 65 a 84 anos e 2,08% com 85 anos ou mais.

Já levantamento da Serasa Experian revelou que, considerando dívidas vencidas há mais de 180 dias e que foram contraídas junto a empresas de setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, apenas 7,7% da população rural estavam inadimplentes no país durante o terceiro trimestre de 2024. Em relação ao segundo trimestre, também do ano passado, a taxa de inadimplência registrou alta de 0,3 pontos percentuais.

Para o Head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, “tendo em vista os desafios para acesso ao crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros contratempos, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, o cenário, mesmo com leve alta, ainda é relativamente bom, já que a maior parte dos proprietários rurais brasileiros se mantém adimplente”.

A visão por porte identificou que, ainda no terceiro trimestre de 2024, os pequenos proprietários foram os menos impactados pela inadimplência, registrando uma taxa de apenas 6,9%. Em seguida, estavam os de médio porte, com 7,4%. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – ficaram em terceiro lugar, marcando 9,9%. Enquanto os grandes proprietários tiveram o maior percentual, esse de 10,2%.

De acordo com os dados, a região “Norte Agro” – que abrange a Região Norte do Brasil com exceção de Rondônia e Tocantins, além de incluir o Noroeste de Maranhão – registrou o maior índice de inadimplência no terceiro trimestre de 2024, marcando 11,1%. Por outro lado, a Região Sul teve o menor percentual, de 5,0%.

Ainda no terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados da Serasa Experian, a parcela da população rural menos afetada pela inadimplência são aqueles de idade mais avançada. Enquanto isso, os proprietários de 18 a 29 anos, por exemplo, representam a maior fatia dos inadimplentes. Veja no gráfico abaixo as informações na íntegra:

“É interessante analisar que a cadeia agro teve um quadro otimista em relação a inadimplência nesse sentido. Precisamos reforçar essa diferenciação já que, se no geral apenas 7,7% dos proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte, o percentual é ainda menor”, finaliza Marcelo Pimenta.

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