De acordo com o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas CNDL e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), oito em cada 10 consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada. O Indicador aponta que, em novembro de 2024, do total de negativações, 81,26% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.
Considerando o universo de devedores reincidentes, 58% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até novembro; e 23,19% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 18,74%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.
“O consumidor tem tido dificuldade de se manter fora da inadimplência. Muitas vezes ele negocia uma dívida, começa a pagar, mas depois não consegue manter o acordo. É importante que no final do ano, com as festas e comemorações, o consumidor não se exceda nos gastos e mantenha um planejamento financeiro”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 75 dias, ou seja: depois de 2,5 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.
Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2024, houve uma queda de ‐14,19% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.
A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em novembro foi da faixa de 30 a 39 anos (25,01%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 53,03% mulheres e 46,97% homens.
Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em novembro de 2024, houve queda de ‐7,32% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.
A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 91 dias a 1 ano (‐16,85%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.
Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em novembro foi da faixa de 50 a 64 anos (24,30%). A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,59% mulheres e 48,41% homens.
Em novembro de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.000,71 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 60,04% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.
Já o Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian, em outubro, no Sudeste do país, houve crescimento na busca dos brasileiros por recursos financeiros em todas as unidades federativas. O Espírito Santo foi o estado com a maior expansão (6,7%) e o Rio de Janeiro, a menor (3,4%).
Na visão nacional, em outubro, a busca dos brasileiros por recursos financeiros continuou em crescimento, desta vez atingindo o patamar de 8,8%. Esta é a quarta alta do ano e a segunda maior registrada até o momento.
Em relação à renda pessoal mensal, os consumidores que recebem mais de R$ 10 mil foram os que mais buscaram por recursos financeiros no período (9,3%), enquanto aqueles que ganham até R$ 500, registraram o menor (6,7%).
“A alta na busca dos brasileiros por recursos financeiros em outubro também foi identificada em 24 das 27 UFs, com destaque para o Amazonas com o maior crescimento (26,3%), seguida por Santa Catarina (25,1%) e Roraima (20,0%).”