Óleo e gás: promessa era criar empregos; realidade são demissões

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Petroleiro em plataforma (foto Petrobras)
Petroleiro em plataforma (foto Petrobras)

Dados do IBGE mostram que, nos três primeiros trimestres de 2021, houve uma redução de 2,4% na média de empregos no setor de óleo e gás e uma queda de 9,5% no rendimento dos trabalhadores, em comparação ao mesmo período de 2020.

Os 159.086 postos de trabalho, em 2020, caíram para 155.227, em 2021. A redução ocorreu também na renda dos trabalhadores do setor de extração e respectivas atividades de apoio, que, segundo a Pnad, tiveram declínio médio nos seus rendimentos de aproximadamente 9,5%.

Os dados foram analisados pelo pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rafael Rodrigues da Costa, juntamente com os economistas do Centro de Economia Política do Petróleo (Cepetro), Pedro Gilberto Cavalcante Filho e Claudiane de Jesus.

A Bahia, estado do Nordeste que concentra mais ativos da Petrobras à venda, teve forte participação nesses resultados, após o encolhimento da estatal na região, afirma a Federação Única dos Petroleiros (FUP). No estado, foram vendidos campos terrestres na bacia do Recôncavo e, mais recentemente, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e sua logística de terminais e de armazenamento.

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Desde 2015, a Petrobras colocou, ao todo, 378 ativos em desinvestimento, sendo 116 na Bahia (31% do total), segundo levantamentos do Ineep. Na Bahia, a média anual de 2021 registra uma retração de postos de trabalho de 28,9% em comparação ao mesmo período do ano passado. Uma perda média equivalente a 7 mil empregos. A queda nos salários do setor na capital baiana chegou a 22,9%, saindo de um patamar de renda média próximo a R$ 7.180,00, em 2020, para algo em torno de R$ 5.140,00, em 2021.

“Queda do emprego e do salário e aumento nos preços dos produtos ao consumidor são efeitos nefastos de um mesmo fenômeno, que é a criação dos monopólios privados regionais, resultantes da venda equivocada e ativos da Petrobrás”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, também diretor do Sindipetro-BA.

Ao comparar o estoque de empregos no setor de óleo e gás na Bahia ao programa de desinvestimentos da Petrobras, é possível observar que no 3º trimestre de 2015 o setor empregava até 37.890 pessoas. Hoje, o setor petrolífero ocupa menos de 8.760 postos de trabalho na região, de acordo com as estatísticas do terceiro trimestre da Pnad 2021.

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