OMS: doações de sangue precisam aumentar em mais da metade dos países

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No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que as doações voluntárias e não remuneradas precisam aumentar rapidamente em mais da metade dos países para garantir um suprimento confiável de sangue seguro para os pacientes.
Segundo a entidade, são colhidas anualmente 108 milhões de doações, metade em países de alta renda, onde estão menos de 20% da população do mundo. A taxa média de doação de sangue é nove vezes maior em países de alta renda do que nos de baixa renda.
O tema da campanha este ano – “O sangue nos une. Compartilhe vida, doe sangue” – destaca a solidariedade e o vínculo entre doador e paciente e chama a atenção para o papel dos sistemas de doação voluntária no sentido de incentivar as pessoas a cuidar umas das outras e a promover a coesão da comunidade.
Segundo a entidade, apenas 62 países têm o total do seu fornecimento de sangue a partir de doadores voluntários; 34 países ainda dependem em mais de 75% do seu estoque, de doadores familiares e até mesmo dos doadores pagos.
Entretanto, em muitos países, a procura excede a oferta, segundo a OMS, e os serviços enfrentam o desafio de tornar o sangue disponível suficiente para o atendimento e, ao mesmo tempo, garantir a sua qualidade e segurança. Para a entidade, um suprimento adequado só pode ser assegurado por meio de doações regulares, de voluntários e não remunerados.
A organização diz que esses dadores são a base de um suprimento de sangue seguro, porque estão associados a baixos níveis de infecção que pode ser transmitida em transfusões, incluindo o HIV e os vírus da hepatite. Segundo a OMS, 25 países são incapazes de rastrear todo o sangue doado, em relação a essas infecções, devido à oferta irregular de kits de teste, à falta de pessoal, a kits de má qualidade ou à falta de qualidade básica em laboratórios.
A OMS recomenda que todos os países estabeleçam serviços de fornecimento de sangue com base em doações voluntárias não remuneradas. A doação feita por 1% da população pode atender à maioria das necessidades básicas de sangue de uma nação.
De acordo com o Ministério da Saúde, 1,8% da população brasileira doam sangue e, desses, mais de 50% são voluntários. Entre 2013 e 2014, houve aumento de 5% na coleta de bolsas de sangue no país, passando de 3,5 milhões para 3,7 milhões. Ainda assim, é preocupação da pasta sensibilizar e fidelizar novos doadores.
O Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado anualmente desde 2004.
O sangue inteiro ou outros componentes sanguíneos, como células vermelhas, plaquetas, plasma, podem ser usados para tratar diversas doenças, entre elas a falciforme e a talassemia, além de doenças oncológicas variadas que necessitam de transfusão frequentemente. O sangue também é essencial em cirurgias eletivas e situações de emergência, como acidentes, conflitos, catástrofes naturais e partos. Cada doação voluntária pode salvar até três vidas.
No Brasil, podem doar pessoas com peso mínimo de 50 kg, que tenham entre 18 e 69 anos. Também são aceitos candidatos à doação de sangue com idade entre 16 e 17 anos, havendo o consentimento formal do responsável legal. O candidato não deve estar cansado, não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação e não estar em jejum.
Segundo o Ministério da Saúde, para a segurança do receptor do sangue estão impedidos de doar aqueles que tiveram diagnóstico de hepatite após os 11 anos de idade, pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como aids, hepatite, sífilis e doença de Chagas, usuários de drogas, aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual sem uso de preservativos, e mulheres grávidas ou amamentando.
O site do Ministério da Saúde tem a lista dos hemocentros do país.

HemoRio – Nesta terça-feira, o Hemorio, hemocentro do RJ que abastece mais de 180 unidades de saúde veiculadas ao SUS, reforça a importância da doação de sangue no estado do Rio de Janeiro: nos últimos meses, a unidade vêm recebendo cerca de 150 voluntários, apesar de ter capacidade instalada para cerca de 500 doadores por dia.
– A doação de sangue é um ato de amor ao próximo. Precisamos contar com o engajamento e a solidariedade da população para manter os estoques de sangue abastecidos. É fundamental que as pessoas se conscientizem quanto à importância de doar sangue sempre e fazer disso um hábito – destaca o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.
A OMS estima que o ideal é que entre 3 e 5% da população de um país seja doadora constante de sangue – como acontece no Japão e nos EUA, por exemplo. No Brasil, este percentual é inferior a 2% e no Rio de Janeiro fica em torno de 1,5%.
Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, o comparecimento dos voluntários se faz ainda mais necessário.
– Datas como esta são importantes porque chamam a atenção da população. Qualquer pessoa pode precisar de uma doação de sangue a qualquer momento, portanto, ajudar é papel de todos. Sem qualquer dano à própria saúde, homens podem doar até quatro vezes por ano e as mulheres, três vezes. Doar sangue é um ato de cidadania, é fazer o bem – reforça Luiz Amorim, diretor do Hemorio.
Em apoio ao Hemorio, a Nexcare, marca de cuidados pessoais da 3M, dará início hoje à segunda edição da Campanha DOE, na unidade. Com o tema “Sinta a batida. Doe Sangue”, a ação vai distribuir curativos à prova d´água, personalizados com cinco estampas exclusivas, inspiradas em ritmos musicais do mundo todo. A parceria ainda conta com a participação de outros três hemocentros do país: São Paulo (com a Fundação Pró-Sangue), Belo Horizonte (Fundação Hemominas) e no Hemocentro de Campinas, em SP.
A proposta é que os doadores postem fotos com o curativo para posts em redes sociais com a hashtag #DoeSangue, convidando amigos e conhecidos a doar.
Para mais informações, o voluntário deve ligar para o Disque Sangue (0800 282 0708), que esclarece dúvidas e informa o endereço das outras 25 unidades de coleta distribuídas pelo estado.
O Hemorio, localizado na Rua Frei Caneca, n° 8, no Centro do Rio, é o hemocentro coordenador do Estado do Rio de Janeiro, que distribui sangue para cerca de 180 hospitais públicos, incluindo as grandes emergências como a dos hospitais Getúlio Vargas, Souza Aguiar e Miguel Couto, maternidades, UTIs neonatais e conveniados com o SUS.

Com informações da Agência Brasil

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