OMS: ‘Saída dos EUA tornou situação ainda mais crítica’

Entidade vai cortar custos e rever prioridades com anúncio de Trump: medidas foram anunciadas pelo diretor-geral Tedros Adhanom

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Tedros Adhanom, da OMS (Foto: Elma Okic/ONU)
Tedros Adhanom, da OMS (Foto: Elma Okic/ONU)

Nesta segunda-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou uma série de medidas para reduzir custos e priorizar programas da entidade. A decisão foi tomada depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, informou que vai retirar o país da lista de Estados-membros da OMS.

“O anúncio dos EUA tornou nossa situação ainda mais crítica”, disse Tedros, ao discursar na abertura da reunião anual do Conselho Executivo da entidade. “Informamos um conjunto de medidas com efeito imediato para proteger ao máximo nossa força de trabalho.”

O pacote, segundo o diretor-geral, inclui fazer um realinhamento estratégico de recursos; congelar o recrutamento de novos profissionais de saúde, exceto em áreas consideradas mais críticas; reduzir despesas com viagens; renegociar os principais contratos de aquisição de produtos e insumos e reduzir investimentos.

Em sua fala, Tedros defendeu o trabalho da OMS e as reformas recentes conduzidas pela entidade. Ele reiterou o apelo para que os EUA reconsiderem a decisão de deixar a lista de países-membros e pediu que o governo de Donald Trump dialogue com a agência sobre a possibilidade de novas mudanças.

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“Lamentamos a decisão e esperamos que os EUA reconsiderem. Acolheríamos com agrado um diálogo construtivo para preservar e reforçar a relação histórica entre a OMS e os EUA”, concluiu o diretor-geral.

Um dia após a posse de Trump, a OMS divulgou nota informando esperar que o novo presidente dos EUA reconsiderasse a decisão de retirar o país de sua lista de Estados-membros.

“A OMS desempenha um papel crucial na proteção da saúde e da segurança da população mundial, incluindo de norte-americanos, abordando causas profundas de doenças, construindo sistemas de saúde mais fortes e detectando, prevenindo e respondendo a emergências em saúde, incluindo surtos, geralmente em locais perigosos, onde outros não podem ir”, disse a OMS.

Em nota, a OMS destacou que os EUA figuram dentre os membros fundadores da entidade e têm participado na definição e gestão dos trabalhos desde então, juntamente com outros 193 Estados-membros, por meio de sua ação ativa na Assembleia Mundial da Saúde e no Conselho Executivo da entidade.

“Por mais de sete décadas, a OMS e os EUA salvaram incontáveis vidas e protegeram norte-americanos e toda a população global de ameaças à saúde. Juntos, eliminamos a varíola e levamos a poliomielite à beira da erradicação. Instituições norte-americanas contribuíram e foram beneficiadas por essa adesão como Estado-membro da OMS”, argumentou a organização.

“Esperamos que os EUA reconsiderem e esperamos poder engajar em um diálogo construtivo para manter a parceria entre o país e a OMS, para o benefício da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo”, concluiu a nota.

Com informações da Agência Brasil

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