De acordo com o secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Unfccc), Simon Stiell, a reta final das negociações da COP29, em Baku, no Azerbaijão, aponta “blefes, estratégias temerárias e manuais premeditados” que estão atrasando as principais decisões políticas. Falando do Rio de Janeiro, na reunião do G20, o secretário-geral da ONU disse que “o fracasso não é uma opção”.
Segundo o secretário, na COP29, que termina no próximo dia 22, a discussão sobre o aumento do financiamento para lidar com os impactos do aquecimento global ainda não avançou.
Stiell afirmou nesta segunda-feira que os negociadores devem “acabar com a encenação” e firmar um novo acordo financeiro para compensar os países pelos danos causados pelo clima e pagar pela transição para energia limpa.
Em pronunciamento na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP29, Stiell, pediu aos representantes dos governos que encerrem “questões menos controversas” o mais cedo possível, para que haja tempo suficiente para as principais decisões políticas.
Segundo ele, “blefes, estratégias temerárias e manuais premeditados” estão consumindo um tempo precioso e esgotando a boa vontade necessária para um resultado ambicioso.
Na avaliação do chefe de Clima da ONU, apesar de um avanço inicial na negociação de regras para um mercado de carbono a ser gerenciado pela ONU, as conversas sobre financiamento climático têm sido lentas e cheias de controvérsias.
Meta ambiciosa
Ele afirmou que alguns grupos de países estão “entrincheirados”, se recusando a avançar em uma questão, até que outros avancem em outra, quando o ideal seria que todos estivessem “preparados para avançar em paralelo para depois se aproximar de um ponto em comum”.
O apelo de Stiell ocorre depois que o secretário-geral da ONU, António Guterres, também expressou preocupação com o estado das negociações na COP29, observando que os países devem concordar com uma meta ambiciosa de financiamento climático que atenda à escala do desafio enfrentado pelas nações em desenvolvimento.
Falando a jornalistas no Rio de Janeiro no domingo, antes da cúpula do G20, o chefe da ONU disse que “agora é a hora da liderança pelo exemplo das maiores economias e emissores do mundo. Ele enfatizou que o “fracasso não é uma opção.”