Ao agir contra a apuração da corrupção, o Governo FH foi de encontro aos preceitos do “mercado”. Estudo divulgado pela PriceWaterhouseCoopers (Opacity Initiative – A Report Linking Opacity to Deterred Foreign Direct Investment) mostra que países ranqueados como menos transparentes no Opacity Index perderam US$ 130 bilhões em Investimentos Externos Diretos (os IEDs tão perseguidos pela equipe econômica para tampar o rombo das contas externas) – capital que voou para países menos “opacos”. Corrupção é o fator número um para definição do índice.
Opaco – 2
Em 35 países que constam do Opacity Index o Brasil aparece em 16° lugar – junto da Argentina e Taiwan e à frente de México, Singapura, Uruguai e Lituânia. Quanto melhor a colocação no índice, pior para o país, na visão do “mercado”. À frente do Brasil estão China, Rússia, Equador, Guatemala e Indonésia. Especificamente no item corrupção, o Brasil perde apenas para a Indonésia, ficando à frente de México, Singapura e Egito. Ainda pelo ranking elaborado pela Price, países menos transparentes pagam mais pelos seus empréstimos. O Brasil paga 645 pontos bases (ou 6,45%) a mais na sua dívida externa por conta da falta de transparência.
Efeito
No esforço de divulgação dos VI congressos Latino Americano e Brasileiro de Impotência Sexual, dois especialistas estarão falando hoje, na sede da Sociedade Brasileira de Urologia, em Botafogo (Rio de Janeiro), sobre o “impacto econômico da impotência sexual no mundo”. E os leigos acreditavam que o impacto se restringia a quatro paredes.
Nem um nem outro
A revista Business Week acha que o presidente Fernando Henrique Cardoso poderia apoiar a CPI proposta pela oposição como uma forma de levar o debate sobre corrupção a nível nacional e fazer um esforço para punir os culpados. Para a BW, se uma CPI conseguisse acabar com a corrupção valeria a pena pagar o preço do atraso na aprovação de reformas como a fiscal e da seguridade social. “Mas ele (FH) não parece preparado para dar esse passo. E o provável resultado é que o Brasil não vai ter nem reforma nem justiça”, conclui a revista.